
Já havia sido etiquetada no
Escrevinhações, em 31/08, mas como disse o meu querido
Marco, que novamente me etiquetou, a tentação de contemplar o próprio umbigo é inelutável.
Por isso, coloco aqui mais quatro coisas de que gosto e que me definem, uma delas repetida e todas tão comuns, coisas de gente simples, como eu sou.
Sem dúvida, o que me dá mais prazer neste mundo são os
livros, esses companheiros confiáveis e constantes. Costumo ter uns três ou quatro na cabeceira, e leio ao acaso, releio, busco pedaços, frases, alguma imagem que me emocionou. Leio no banheiro, na fila do banco, na cama. Leio na cozinha cortando legumes. Leio, leio, leio.
Minha relação com eles é também sensorial: gosto de tocá-los, de admirar suas capas, tentando decifrá-las, gosto das orelhas, do cheiro, do volume, do peso deles em minhas mãos. É amor, é paixão o que me liga aos livros.
Gosto do
amor, esse mundo, ora primavera, ora inverno. Gosto de amar e das pessoas apaixonadas. A falta do ser amado e a espera. O prazer da vinda e esse átimo em que a respiração se desnorteia de tanta felicidade, à sua chegada. A cumplicidade, a alegria quase infantil de compartilhar o mesmo espaço, o mesmo momento de amor. As dores e saudade quando o amor deixa de ser brinquedo e se torna solidão. Gosto de tudo isso e sinto-me nua e perdida quando não estou amando.
Gosto de
música e de cantar. A música é um milagre, eu acredito. Nossa ligação com os deuses, um resquício deles que ficou em nossa alma. O último bem, o único elo que nos permitiram para que não ninguém se esqueça de sua origem divina. Sempre me deslumbro com os sons, a melodia me atrai mais que as letras. Adoro violoncelo e aquele som quase dor.
Gosto de
gente. Conversar, trocar gentilezas e carinhos, presentes. Gosto das pessoas para amá-las e confio em todas, como criança. Raramente me engano ou me entristeço com os meus amigos.
As pessoas são baús que nunca se enchem ou se esvaziam, porque vamos tirando alegrias, festas, e coloridas lembranças, trocando-as por nossa própria felicidade. O que colocamos neste baú é o que iremos encontrar mais tarde quando formos, nele, buscar algo. Amizade também é compartilhar. Inclusive as dores.
Há mais, claro. Meus cachorros, meus sapatos, meus cd's...... Há muito mais.
Imagem: Tony Vita