
mas ando muda.
Um deserto me cerca, cega, seca, com sua quentura bruta apagando meu calorzinho lento, de ir se acendendo aos poucos.
Meu silêncio é de espera, da espera de um canto que queria ouvir, que deveria vir, serenata, talvez.
Serei também surda? Ou apenas sonho? Não sei. Tudo é silêncio. Substituo o canto por versos discretamente melancólicos.
As palavras são ecos desta minha andança sem amor.
Admiro vitrines, contemplando os amantes e a música
que suas mãos compõem e seus olhos cantam.
Assim, finjo ouvir, quase vejo o meu amor,
meu cavalheiro encantado
a me roubar deste meu chão seco e silencioso.
Imagem: Rodin
Hoje tem um poema novo lá no blog do Leo. Não gostaria de ler?