Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem porto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés.
(Chico Buarque)
E nem isso sei,
se passamos,
se passei
das suas mãos para o não
nem isso sei.
um vão e o copo que tomo
vazio
e o trago desfeito
não era um beijo?
nem isso sei.
as fontes várias do som
que exalava das veias
e o vinho?
nem isso sei.
não sei
de rasgos,
espinhos na boca
e seiva e fatos
e uivos.
a paga do tempo
ido, lento
o que sei?
espinho recolhido
que nem mais fere
a pele,
as pernas
minhas pernas onde vão?
e eu sei?
trajeto da alma
que andava em pautas.
acontecia de amanhecer
e quem via?
nem isso sei
nívea ao sol
e sua, toda sua
e agora?
não sei
a lua,
o tempo de se esconder
e morrer à míngua
é agora?
é hora, é nunca?
não sei,
é véspera ou aurora?
rasgo o lençol em sua busca?
não sei
onde está você?
nunca sei.
Imagem: Dmitry Vyazensky
Um conto de amor
Sem porto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés.
(Chico Buarque)
E nem isso sei,
se passamos,
se passei
das suas mãos para o não
nem isso sei.
um vão e o copo que tomo
vazio
e o trago desfeito
não era um beijo?
nem isso sei.
as fontes várias do som
que exalava das veias
e o vinho?
nem isso sei.
não sei
de rasgos,
espinhos na boca
e seiva e fatos
e uivos.
a paga do tempo
ido, lento
o que sei?
espinho recolhido
que nem mais fere
a pele,
as pernas
minhas pernas onde vão?
e eu sei?
trajeto da alma
que andava em pautas.
acontecia de amanhecer
e quem via?
nem isso sei
nívea ao sol
e sua, toda sua
e agora?
não sei
a lua,
o tempo de se esconder
e morrer à míngua
é agora?
é hora, é nunca?
não sei,
é véspera ou aurora?
rasgo o lençol em sua busca?
não sei
onde está você?
nunca sei.
Imagem: Dmitry Vyazensky
11 comentários:
Saramar,
mas é isso que ocorre com meio mundo... Com o tempo o ponteiro parece seguir mais rápido do que nossa percepção, e acabamos por descobrir que não temos a mais vaga idéia de como as coisas chegaram ao ponto em que estão... Não sabemos mais nada... Nem sequer onde estamos... Ou para onde vamos... Será que isso faz parte de nossa incrível capacidade humana de nos distrairmos com as ilusões e de esquecermos consequentemente a verdade dos detalhes que estão sempre ali e que volta e meia ignoramos?
Beijos (Des)conexos!
Querida Sara,
Os dias passam,
e o que será de
mim, se nunca aprendí
a viver sem ti.
Que versos darias em
tuas doces palavras,
em tua voz
aveludada,
amar seria, enfim
assim???
Bjs
Amiga querida, estou feliz por estar aqui entre essas linhas de encanto por ti desenhadas.
Como tu, tambem blogueio e jamais imaginei me apaixonar por esse caminho que faço todos os dias em prosa, variedade, verso, musica e poesia.
Com prazer me torno tua seguidora pois sei que sempre nos acarinharás com as tuas lindas poesias.
Um terno abraço amazônico
sua Poesia É !
esplêndidamente emocionante, Saramar !
bj
Joe
Puxa! Isto está muito lindo!
Que saudade!
há tanto tempo que não tenho podido andar por aqui que até faço asneiras e tudo........
belissimo o teu poema ...
parabéns
bjs
Ahhhh... Que saudades de vir aqui e beber da mais pura e cristalina poesia que só Saramar oferece generosamente... Bem sei que a amiga andou atrapalhada em seus afazeres e não pode fazer as devidas atualizações que tanto gostaríamos, nós, seus fãs incondicionais. Eu também andei atrapalhado. Mas estou voltando.
Tomara que você também volte logo.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Feliz quem vive no mundo das palavras.
Bellissimo poesia,
Saludas del Belgica
Louisette passionate golden retriever, gatos chartreux.
http://blog.seniorennet.be/louisette/
http://retrieverhond.eigenstart.nl/
SaraMar
Que lindo e delicado trabalho.De agora em diante ganharemos conhecimentos. Seremos seus seguidores.
daniel e stella Visite:
www.saitica.blogspot.com
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