quinta-feira, maio 30, 2013

Rendição


Quase sempre acredito que te amo
nas horas duramente azuis em que mergulho.
À noite, ao meio dia, presa, procuro o instante
em que os véus de tua ausência pousaram,
um a um,
sobre os sonhos, agora cansados,
do nosso amor.

Ai, por que buscar  a lâmina, o corte, o fim que nunca  alcanço
e as duras as horas são o inverso do repouso de todo amor morto?

Não, não, não quero mais ventanias ou cantos
que afastam o descanso de quem hoje vive exausta de sonhar.

Mas, a quem dizer tal desatino
se o azul dos dias persiste em cada noite dura
como um beijo?

Não, não, nada direi, senão da busca
e da constante certeza de te amar.