sexta-feira, dezembro 30, 2005

Minha companheira


Ela já está chegando, pressenti desde ontem e venho tentando me esconder. É impossível. Nem o "Quase Tudo", com aquelas lindas fotos da Danusa, adiantou. Então saí buscando amigos, mas todos estão muito ocupados com as festas, ou melhor, com a festa.
Ela não tem nada a ver com a festa, ou com as festas de final de ano. Não sou daquelas que ficam melancólicas no natal ou reveillon, ao contrário. Quem me conhece sabe que adoro festas.
Esse ano é diferente, é o mais diferente. Houve muitas perdas e muitos ganhos. As perdas foram muito mais profundas. Os ganhos foram muito mais diversificados e intensos.
Perdi o amor, quero dizer, o amor sumiu. Não o encontro em mim. Por isso, estou vazia.
Perdi meu pai e, por isso venho chorando há uns dias, desde que comecei a ouvir "Adeus ano velho, feliz ano novo...." porque ele adorava cantar isso. Logo ele, que não cantava nada! Então fico me lembrando daquelas orquestras que durante o dia 31 de dezembro e 1.º de janeiro ficavam ecoando o tempo todo lá em casa. Um fundo musical saboroso e relaxante para amenizar aquela loucura que é preparar uma festa. Ele era o nosso disc-jockey (sei lá se é assim que se escreve isso, tão fora de moda).
Ganhei muito. Acho que este foi o ano em que mais acumulei amigos perfeitos e também o ano em que fiz mais besteiras. Gosto de fazer besteiras, algumas. Nesse ano, ultrapassei todos os limites. Neste ano, eu conquistei até uns fãs!!!! Chique, muito chique ou, como diria meu amigo Jôka, bacanérrimo. E ainda ganhei um presente especial, que vem aos pedaços, dia-a-dia e vai se acumulando maravilhosamente em mim.
Contudo, desde ontem, ela vem me cercando, como um exército inimigo. E, se nessas horas não há ninguém com quem falar, como aconteceu hoje, fico indefesa demais e ela me ataca.
Já sei que amanhã será pior, estarei mais solitária ainda e não haverá festa nenhuma dentro de mim.
Tentei recorrer ao meu jargão "amanhã é outro dia". Mas, não está funcionando porque amanhã será um péssimo dia, com ela, a tristeza.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Coisas boas para o próximo ano ser melhor

Comer banana com mel, viajar, amar, ler João Ubaldo, ler, escrever, amar, chorar de raiva, rir das minhas bobagens, rir, ler os blogs dos meus amigos, escrever poemas de amor mais felizes, amar, amar, cuidar dos outros, cuidar de mim, sair, passear, comprar sapatos lindos, ler, ler, estudar mais, amar, ser feliz pelo menos cinco dias por semana, chorar de solidão e depois rir, ficar meio boba, rir, amar, querer, ser.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

ANO NOVINHO


"Olha, há um tesouro na casa ao lado.
- Mas, não há nenhuma casa aqui ao lado.
- Então construíremos uma!"
(Irmãos Marx)

Nesse espírito, desejo que todos os meus queridos amigos comecem esse ano novinho construindo casas para encontrar seus tesouros, compostos daquilo que mais desejam.
Desejo todas as coisas de sempre: felicidades, paz, amores novos e antigos, menos dores, mais tranquilidade.

Mas, desejo essencialmente que cada um se encontre e parta para viver sua vida própria, deixando de lado os penduricalhos que nos amarram à uma vida que não queremos.

Este ano, para mim, foi muito feliz porque conheci todos vocês, porque me tornei uma mulher rica, riquíssima com o amor e o carinho dos meus amigos, que reduziram minha solidão e elevaram minha auto-estima a um nível jamais imaginado.

E, além de tudo, o ano parece que vai terminar com algo especial, muito especial para mim, caso não seja mais uma daquelas pequenas insanidades de que sou pródiga.

Feliz Ano Novo, Feliz 2006 para todos nós.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

ENTRE FESTAS


Após a maratona natalina, minha voz se foi, meus pés estão em cacos (aqueles sapatos maravilhosos mostraram ser verdadeiros carrascos), minha conta bancária se esvaiu e minha disposição está em frangalhos. Mas, começo a me restabelecer para o reveillon e depois para mais duas festas na primeira semana de 2006. Ufa! Adoro isso, festas, com roupas lindas e novas ou com um jeans e camiseta branca.
O Papai Noel foi muito generoso comigo, este ano. Até o meu micro voltou a funcionar, sem mais nem menos. Ganhei livros, livros, livros. O melhor presente, sem dúvida.
Meu querido amigo Spersivo me deu vários exemplares do seu "Não engula sapo por Lula" e, um especial, "O Candiru do Madeira dois anos e 1/2 tapando buracos", ambos escritos por ele mesmo, com linda dedicatória. Fiquei toda vaidosa.
Ganhei também o livro da Danusa e "Poesias" de Fernando Pessoa. E um exemplar novinho de "Sagarana" porque o meu estava uma ruína, coitadinho.
Ganhei também uma linda bolsa (mamãe) e um perfume francês (marido!!!!!!!!)
Presentes virtuais foram dezenas. Inclusive a publicação do meu poema "Festa" na revista eletrônica do Fausto Wolff, este um presente do Jean Scharlau.
Isso sem contar os presentes que vieram com antecedência, como o Alexandre e o grupo de poemas.
Acho que não merecia tanto. Estou muito feliz. Uma criança feliz! Espero continuar assim, no próximo ano inteirinho.

A foto? Eu, na fazenda, aquela dos tucanos e das orquídeas.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

FELIZ NATAL


Meus amigos, meus queridos,
Feliz Natal a todos.
Que o amor do Menino Deus
ilumine suas vidas
com amor e paz.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Final de Semana


Meus domingos sempre são radicais. Totalmente sozinha ou vice-versa.
Este foi vice-versa. Além de pessoas, orquídeas inacreditáveis, tucanos
e mais, macacos chupando manga. Violão e saudades, tantas.
"Entre por essa porta agora e diga que me adora...."

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Livros


Acho que já falei sobre o meu amor pelos livros. Sempre é bom falar mais e mais de livros. Mas, só falar não basta. Por isso, espicho os tristes olhos para quatro ou cinco que estão ali lado, virgens, virgens, alguns até na sacolinha da livraria. Não tenho um minuto para lê-los. Acho que só terei em janeiro. Toco-os, cheiro-os e devolvo à escrivaninha onde estão. Olho, namoro de longe, volto lá, abro sorrateiramente, escondendo-me de mim para que não perceba que estou olhando e me ataque aquela ânsia de ler agora, ontem, já. Tenho que resistir porque estou lotada de trabalho.
Estou lendo As Intermitências da Morte, do Saramago. Nem preciso dizer que é ótimo. Então, invento de pegar o meu favorito dele (O Evangelho) que já li umas 5 vezes e dar umas olhadas rápidas.
Gente, descobri que não sabia escrever escrivaninha e tive que procurar o meu jurássico Aurélio. Não deu para usá-lo porque o Ataulfo (meu poodle) estava dormindo sobre ele. Meus cachorros acompanham minhas loucuras. Por exemplo, não querem mais pão, pela manhã, só queijo. Fresco.
Descobri também que preciso urgentemente comprar um dicionário, mas, Cristo, os preços são de arrasar! Então vou usando o vovô dos dicionários. Tadinho, já fez mil plásticas, agora não há mais onde e nem como remendar.
Hoje, estou light, feliz. Adoro ficar assim. Principalmente porque estou revisando um texto cheio de nomes científicos, como "nucleotídeos", "imunoeletromicroscopia", "carboxi-terminal" e outras coisas esquisitas do gênero. Minha concentração tem que ser absoluta.

A figura? Outra Saramar. Outro presente. E, por falar nisso, lembrei que aquela Saramar do post anterior, originalmente tem um gingado, uma malemolência que se perdeu ao ser transportada para o blog. Ai, ai.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Soneto das Borboletas


Com a devida autorização do autor, meu amigo SPERSIVO, economista e poeta, professor e escritor, vou reproduzir o belíssimo SONETO DAS BORBOLETAS



Assim deitada e nua te encontro
Molhada de desejo, um ar tão natural
Que atiça a chama do amor sedento
Que se sacia em ti com uma fúria animal

Porém, mais do que eu, queimas em brasas
E queres muito mais do que até posso,
Pois tu queres a música sem pausas
E muito além da carne comes até o osso

Queimando na fogueira sempre acesa,
Entre as paredes, nossa vida presa,
É a melhor com que jamais sonhamos

Nem sei, nem sabes, o que lá fora espera
O mundo é aqui. E, em plena primavera,
Há menos borboletas do que nós gozamos!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Boba alegre


Quando as coisas estão pesadas demais, quando aquela melancolia arrasadora me abate, apelo para meu jargão-filosofia de vida: tudo passa, o que é bom e o que é ruim, tudo acaba. Então, fico tranquila. Aliás, sou tranquila. Minha mãe e minhas filhas acham que sou tranquila demais. Mas, não ligo muito. Sou mesmo e pronto.
Este ano foi terrível! Muitas perdas, muitas. E nunca estou preparada para perder nada. Uma mentalidade meio infantil ou aquelas minhas loucuras me impedem de pensar em perder algo ou alguém. Porém, como eu disse em um poema qualquer, andei construindo pontes impossíveis e a realidade inundou tudo e as levou.
Mas, há tantas compensações. Há tantos micro-momentos felizes. Costumo juntá-los e construo, assim, um painel, como se montasse um quebra-cabeça que é a própria felicidade.
Por isso, depois de passar esse ano inteiro sofrendo daqui e dali, várias pecinhas de amor, de carinho e de amizade, que estavam faltando, foram reveladas e meu quebra-cabeça está completo. Por isso, estou boba de felicidade.
As borboletas? Uma homenagem a um lindo poema que conheci ontem e que já reli umas trinta vezes. Vou pedir autorização ao autor para mostrá-lo aqui.

domingo, dezembro 11, 2005

No domingo



A festa foi tudo aquilo que eu esperava. Os Apolos (ai) todos lá e mais alguns novos. Lindos, perfeitos, malhados e ótimos jogadores de tênis. O vôlei foi decepcionante, mas quem deu importância a isso? Eu não. Nem vi a direção das bolas porque havia paisagens várias para observar, brancas, negras e até ruivas (ai, ai).
E, o melhor: na chuva da tarde, todos compartilhando as tendas do jardim, não havia crianças correndo, como no ano passado. Estavam todas na piscina, gritando como hunos. Ou seja, tudo perfeito.

Vivo me interrogando, sou meu personal detective. Mas, onde estão as respostas? Lupin, socorro.

Há coisa melhor que ouvir João Bosco? Se há, não descobri. Nem quero. Beleza demais mata. O ser humano tem um limite para suportar a beleza. Ultrapassando-o, julga-se um deus e, sendo assim, a beleza é morta. E o que somos sem ela?

A foto? Como às vezes acontece, não quer dizer nada. Só beleza.

sábado, dezembro 10, 2005

Final de semana


Hoje é sábado e tem reunião para decidir o natal. Ai, não quero, não quero. Mas, família é uma coisa muito chata, às vezes, com essa mania de ficar grudada. Eu queria o natal bem longe daqui. Em São Paulo. Um natal cálido, iluminadíssimo e sem recordações tristes. Só festa e champanhe se derramando inteira para depois ser bebida. Mas, isso é sonho.
Amanhã é domingo e tem festa. Irei. Uma festa cheia de homens lindos, na piscina, na quadra de tênis, todos ricos e bonitos. Vou adorar passar o dia bebendo, comendo feito doida e admirando aqueles Apolos. Isso, se não chover e se não houver 12 mil crianças correndo entre as mesas, como no ano passado.
Outra coisa: como os indícios prenunciavam, aqui estou eu, boba, boba, "procurando o desconsolo". Mas, isso também passa, principalmente porque, para mim, tudo é meio impossível.
Estou feliz: agora serei moderadora do meu grupo de poemas, que está crescendo lindamente, mais de 100 membros.
Hoje li uma linda frase no Complexo Gel (http://complexogel.blogspot.com):
"fazer amor é pisar na eternidade"

Lindo isso e me fez entender porque é tão raro. Eternidade não para ser pisada todos os dias.

Essa imagem engraçada de mim, foi um presente que ganhei de alguém do grupo de poemas. Da Vyrena ou da Leninha? Esqueci de quem, que vergonha, meu Deus!

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Bobagens de final de ano


Final de ano. Início de ano. O lugar comum que, neste ano, transtornou-se, doido, esquecendo de ser comum e virando minha vida inteira, como naqueles buracos redemoinhos que estão sempre em meus pesadelos.

Não suporto fazer listas de realizações porque sempre fico mal nelas. É um tal de riscar aqueles planos-bebês abortados (arghhhhh), de me sentir culpada por 5 minutos, de prometer tudo de novo à minha consciência, pedindo que ela me deixe em paz para beber e comer as festas em paz e pronto.

Prefiro fazer a lista das bobagens que sempre cometo. São as mesmas todos os anos. Ninguém consegue explicar o crescimento que não houve. Muito menos eu.

Mas, vamos à lista das bobagens, decrescente por ordem de importância.

  1. Apaixonar-me de 15 em 15 dias por pessoas diferentes.
  2. Esconder essa paixão de todos, às vezes, de mim mesma.
  3. Acreditar em tudo que me dizem, desde que sejam doces as palavras.
  4. Magoar as pessoas.
  5. Não visitar ninguém.
  6. Acreditar que meus amigos me rejeitam.
  7. Ficar arrasada com a rejeição, mesmo imaginária.
  8. Não dizer não.
  9. Ler muito rapidamente.
  10. Comprar todos os sapatos lindos que vejo.

Como a pretensão é outro defeito que veio se juntar aos anteriores, vou deixar esta lista em aberto para acrescentar novas bobagens sempre que me lembrar delas.

sábado, dezembro 03, 2005

Paixões


Às vezes, a solidão é tão boa! Mas, geralmente é muito pesada, um véu preto, debaixo do qual mal se respira. Impossível falar sobre isso com alguém. Ninguém quer saber dessa coisa estranha, ninguém quer assumir a própria solidão e não se interessa pela dos outros. Minha solidão não é triste, porém quase sempre derramo umas lágrimas, não por estar sozinha, mas por certas vontades que, satisfeitas, me povoariam, verdadeira China.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

LÁ VEM O NATAL



E o natal chegou novamente. E minha viagem para Lake Tahoe, o sei lá como se chama aquele local onde iria me congelar lindamente no natal, frustrou-se. Sinto tanto. Não pela viagem em si, mas pela saudade e pela possibilidade de fugir do natal daqui que será desolador, será terrível com a ausência-presença do meu pai, pela primeira vez.
Às vezes, acho que devíamos ter a capacidade de hibernar para não sofrer certas datas, para não ter que ver nos outros uma alegria que em nós morreu.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Devaneio


Hoje devaneio. Sobrevôo meus desejos como se meus não fossem, e sim, o de outra alma mais tranquila. Consigo ver os porquês e quase me compreendo. Porém, há sempre o momento de voltar e vem sempre antes que a compreensão se complete.
Serei obrigada a ler Yung e desvendar meus sonhos? Quem sabe assim, mesmo tarde, consiga entender os limites que nunca consegui romper.

domingo, novembro 27, 2005


Domingo novamente. Novamente sozinha. Uma beleza de dia. Ninguém, absolutamente ninguém. Nem o telefone tocou.
Li 30 revistas que se amontoavam ali do lado, sem serem abertas.
Não conversei com o grupo de poemas. Não li mensagens de email. Não fiz nada. Uma preguicinha tão boa, tão tranquila. Alguns pensamentos indevidos e indecorosos, uma certa dor que me foi informada ontem. E, as intermitências da morte que, juro, lerei bem lentamente.
Agora, vou visitar meu amigos, meus blogs queridos. Começo pelo Nos Bares da Vida, a música lá está linda, linda. Depois irei a Madri, falar com Hannah. E, depois, não sei....
Dia perfeito.

quarta-feira, novembro 23, 2005

CANSAÇO

Por que há dias em que ficamos tão descrentes? Há um cansaço em mim. Uma vontade de ficar na cama, escondida sob o edredon e fingir o dia inteiro que estou dormindo, só escutando uns ecos da casa, ou nada, porque aqui não há ecos. Só solidão.
Aliás, não preciso de edredons para me esconder? Quem me vê? Quem me olha a não ser aqueles que querem algo? Ah! chega dessa bobagem! Amanhã é outro dia, tudo vai mudar. Amanhã é outro dia, tudo vai mudar. Amanhã é outro dia, tudo vai mudar. Amanhã...vai mudar, tudo, tudo.

segunda-feira, novembro 21, 2005


"E, lá vou eu de novo, como um tolo, procurar o desconsolo".
(Chico, quem mais poderia escrever tão linda música?)

Vou novamente me apaixonar, eu pressinto. Já percebo os sinais. e já pressinto a dor. Claro, eu sou doida. Sempre sinto coisas malucas. Mas, só aqui, só comigo. Ninguém sabe, ninguém viu.
Vou me apaixonar e pronto. Ninguém vai perceber ou saber, muito menos o dito cujo por quem estou me apaixonando. Depois de amanhã, depois das chuvas, depois de algumas lágrimas, acaba tudo.

FALANDO DE AMOR


"Se você tem amor na sua vida, isso compensa muitas coisas que lhe faltam.
Se você não tem, não importa o que possua.
Não basta."
(Ann Landers)

Essa afirmação é perfeita. E eu a estou sentindo na pele. O que vale a vida se não há amor? Nada. Sem amor, tudo fica cinza e etéreo, sem nexo e sem chão. Quero amar. Preciso amar. Todos precisamos. Busco o amor em tudo. Mas ele continua se escondendo de mim.

domingo, novembro 20, 2005

DOMINGO


Domingo é o dia. Ou estou absolutamente sozinha ou mergulhada entre mil pessoas. O domingo é sempre radical. Mas, é sempre bom. A não ser que eu tenha que ir para a cozinha sem querer.
Estou preguiçosamente feliz hoje. Terminei um trabalho muito difícil, hoje ao meio dia, entreguei e fiquei aqui sozinha, ouvindo umas lindas músicas e pra variar, remexendo nos blogs alheios. Tudo perfeito.
Estou lendo as Intermitências da Morte, do Saramago. Ainda não sei o que pensar. É meio crítico, meio cômico e muito triste.
Estou lendo também Memórias de minhas Putas Tristes, do Gabriel Garcia Marquez. É ótimo, é triste, é um retorno à vida, ah! Nem sei direito. Só gosto de comentar depois da segunda leitura. E hoje, estou preguiçosa.
A foto? Imita-me e o Ataulfo, meu cachorro. É mais ele do que eu. Ou esse vazio será mais eu que ele?

quarta-feira, novembro 16, 2005

FESTA




Ontem foi dia de festa. Hummm....foi tão bom! Aniversário do Wistton, meu primo, meu irmão, meu filho, meu pai, meu amigo...tudo, enfim. Pessoa mais que adorável. Mas, o bom foi reencontrar certas pessoas interessantes e passar horas conversando com elas. Adoro gente inteligente (mas, quem não gosta?) que sabe conversar sobre coisas sólidas e que não vem comentar sobre novelas (detesto). E, o melhor do melhor, cantei a tarde toda, cantei Nanna, Caetano, Lupiscínio, Ana Carolina, Marisa Monte, Elis, Luiz Melodia Beatles e até Nat King Cole. Adoro cantar para soltar os bichos. Os convidados gostaram muito (modéstia, onde estás que não respondes?).
O que não foi bom, foi uns certos ciúmes de coisas que não são minhas e nem podem ser. Ou uma certa nostalgia de algo que não tive nem terei. Mas, deixa pra lá. Isso dá e passa!
As flores? Bem, apenas um presente que gostaria de ganhar.

sábado, novembro 12, 2005

Um lindo presente



Sou muito querida. Todo mundo me adora e me acha um doce. É, vaidade pura. Mas, é verdade. A queridinha de todos, aquela que deve ir a todas as festas, senão, festa não há. Meio chata, mas legal. Alegre, sempre.
Se sou assim tão perfeita, como dizem, por que ninguém me ama? Pura retórica.
Não tenho nada para despertar amores ou paixões. Se tive, algum dia, não sei.
Agora, deve ser tarde, apesar do meu médico dizer que ainda vou viver, no mínimo, uns 30 anos. Ai, a vida é tão longa! Se ele estiver certo, coisa que duvido acreditando, serão mais trinta anos de solidão, crescendo a cada dia.

Ai, tanta besteira escrevo que fujo do foco.
Esse post é para mostrar um presente que ganhei. Por isso comecei com essa história de que sou muito querida e desandei a besteirar lá em cima. Preciso curar essa loucura , fujo pra lá, fujo para o outro lado, volto rápida e fujo definitivamente. Círculos em torno do que realmente quero dizer e nunca consigo. Ô coisa difícil falar de mim. Mas, sempre estou falando. Ninguém me entende, nem eu.

Ganhei um presente da Luiza, uma pessoa especial, com o amor à flor da pele, o amor pela vida e por todas as pessoas, uma poeta (destesto a palavra poetisa), uma amiga do meu grupo de poesia . Pronto. É para dizer isso que estou escrevendo. Lindo, lindo. Vou mostrar aí abaixo.


CONTOS E CONTAS
Luiza Sampaio
Tecendo um colar de contas
penso em quantas contas
poderiam ter os contos que recontas,
que sempre contas sentado nas pedras
em dia de sol ardente

Contas bastante dos contos enganos
que traçam riscados a vida da minha gente
Muito contas e sabes
mas escondes de mim boa parte dos contos
que parecem encantos
vividos em sonhos, buscando a verdade,
mirando o poente

Contas, recontas e teço o colar,
contas brancas de pérolas
e miçangas brilhantes
conto as contas que restam, no cesto de palha
que pertencia à menina inocente!


Não, ela não fez para mim. Por isso, há uma coincidência muito interessante. Coisa comum entre poetas.
O meu contos e contas partiu da mesma intenção, as contas, sejam de pérolas, de miçangas, de frutas tecendo o dia, a noite e o que está contido neles, os contos da vida.
Estou triste hoje, mas é tristeza calma, quase uma imersão.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Mensagem do dia das bruxas que mandei para meus amigos, hoje


No dia das bruxas, espero acontecimentos grandiosos para todos nós, porque neste dia, as bruxas do bem (todas as mulheres) sempre unem seus pensamentos poderosos, voltados para a paz, a prosperidade, a fartura, a fertilidade, o respeito à terra e aos elementos que garantem a vida de todos os seres.

Nesses áridos e estéreis tempos, mais do que nunca, precisamos de suas bênçãos e de suas oferendas de amor, de cuidado e de respeito mútuo.

Nestes tristes dias, em que o ser humano se esqueceu de ligação arquéptica com Gea ou Gaia, as bruxas são os seres fantásticos que nos mantêm ligados com nossa mãe primordial.

Nestes tempos de desastres, de desamores e egoísmo, as lindas bruxas do bem, com seus encantamentos, nos remetem à nossa infância mágica e feliz, infância que nos mantém ainda hoje, antes, durante e depois da juventude e da maturidade, porque só quando fomos crianças conseguimos enxergar a magia do mundo.

Então queridos, amanhã, vamos acordar com os sentimentos abertos para a beleza da nossa mãe Terra e agradecer por sermos seus hóspedes, tão privilegiados.


A ilustração foi feita por uma amiga lá do meu grupo de poesias.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Pedaços e Outros Cacos


Às vezes, fico muito triste, com essa solidão toda, dentro de mim. Não ter ninguém com quem falar é chato. Dói. Fingir que tudo está bem, o tempo todo é cansativo, mas, torna-se um hábito. Quase passo a creditar em minha mentira. Falta-me algo que não sei definir bem. Falta-me o amor, o amar. Sinto-me um tanto vazia, estéril. Faltam-me o coração e o pulso acelerados de emoção, de paixão. Acho paixão essencial para a vida. Minhas células precisam desse alimento. Estou tão subnutrida! Estou em pedaços, como naquele poema que escrevi..a alma em retalhos.
Ai, ai..só rindo de mim mesma.
A foto? Não tem nenhum sentido, como sempre.
Só beleza, como sempre.
E, beleza não precisa de sentido.

TRISTEZA, MUITA TRISTEZA

Por que sou tão carente assim? Não queria ser, não quero ser. Afasto todas as pessoas, assusto todo mundo com minha ânsia infinita por atenção, por uns momentos de atenção.Estrago tudo, quebro os copos, furo os discos, queimo o micro, sempre nessa busca de não sei o que. Arrasto-me em busca de atenção, por um elogio arrasto-me. E quando ele não vem, ou seja, sempre, quero me matar. Sou um nojo, ninguém me suporta. Todos já me deixaram, menos um. Há os meus amigos 300 amigos que não me conhecem. Mas, já estou conseguindo, aos poucos afastá-los. Logo, logo, não haverá mais nenhum.

terça-feira, outubro 25, 2005

Presente da Ana Carolina


Sara amar!

Amar sara....

Amar Sara!!!!

Amar o mar que sara
Sarar no mar que ama
que chama
embala e é chama
que chama e ama
Sara.

Sara amar...
Sara amar
Saramar!!!!

Esse "a" rosa e fofinho aí de cima faz parte do meu nome, que ela escreveu todo com essas letras de nuvem.

Viver

Não suporto mais. Pelo menos até amanhã, serei totalmente infeliz. Preciso chorar um pouco. Preciso morrer um pouco mais rapidamente. Preciso tanto de alguém, um amigo, um ombro, um tanque de guerra para me proteger.
Não tenho ninguém, não conheço ninguém, ninguém me conhece. É tudo mentira. Sou burra e insegura. Sou frágil e dissimulada. Só o Ataulfo me consola. O Ataulfo, meu cachorro, que nem meu é. É tudo assim, na minha vida. Tudo mentira. Quero colo e busco sempre um braço forte. Nunca encontrei nem um, nem o outro. Por isso, mergulho nas fantasias, como disse antes. E saio delas tão triste, tão mais sozinha.
Quero morrer. Não, isso também é mentira. Eu não quero morrer. Não sei o que quero. Não sei mais nada. E hoje, não tem florzinha, nem foto de nada.

Eu, a burrice e umas fantasias


Estou irada (no sentido antigo). Escrevi por três horas, um post enorme, com um número excepcional de bobagens e na hora de colocar a bendita foto, perdi tudo. Ai, ai. Mas, foi bom. Talvez agora, escreva algo produtivo.

Vou falar das fantasias. Agora, falo mesmo. Há dias estou andando em círculos, fugindo delas e voltando sempre. Agora chega.

Crio historinhas com pessoas. Invento uma vida para elas,na qual sou personagem importante, quase protagonista. E, na realidade, nem sou chamada para o elenco. Nisso consistem minhas fantasias. Sempre, sempre. Uma mania de infância.

A queda é brutal, porque há uma submersão completa. Outro sintoma daquela loucura que sempre menciono. A queda para cima, para emergir do sonho e olhar em volta como quem acaba de nascer. Ambiente hostil, luzes e dores.

Hummm...isso vai dar um poema agora.

Não, não estou mais apaixonada pelas 15 ou 12 pessoas, não me lembro bem. Não estou apaixonada por ninguém. Agora, estou amando umas 80 pessoas. Todas lindas, muitas solitárias, a maioria poetas.

segunda-feira, outubro 24, 2005

ELUCUBRAÇÕES


Este título é em homenagem a minha mais nova comunidade no orkut. Algo como resgate uma palavra, com o objetivo de buscar no baú palavras antigas da nossa língua antes que os neologismos ridículos tomem conta de tudo. Por falar nisso, leio todos os dias a coluna "A palavra é..." do site nomínimo. Aprendo rindo, é muito interessante.

Encontrei vários amigos nos blogs. Alguns artistas, ou melhor, todos artistas. Eles nem imaginam o bem que me fazem. Lendo seus posts, comentando, brincando ou falando sério, senti minha solidão ir diminuindo, quase minguando.

Eles, os meus amigos, que nunca vi e provavelmente jamais verei, na maioria são escritores e poetas. Mesmo um deles, que diz detestar poesia, só escreve pequenos poemas no seu blog e nos seus comentários. Um poeta enrustido, ai, meu Deus! Adorável.

Outra, é poeta e pintora. Portuguesa, linda, loira e se isso não bastar, ainda mora na praia.

Voltando ao assunto de publicar esse blog, ainda estou elucubrando. Perderei a liberdade de postar bobagens, como ando fazendo. E quando estiver muito triste e vier chorar aqui, todos ficarão sabendo. Não, acho que não devo. Vamos ficar assim, por enquanto. Mas, há uma cocegazinha em mim. Intermitente, mas há.

Voltando


Nunca vi um blog tão abandonado. Ai, mas o outro não deixa. É política, política, política...vinte e quatro horas por dia. Agora, nem leio mais meus livros, só jornais e revistas e estudo filosofia. Ou melhor, leio. Porque mal tenho tempo para reflexões.
Criei outro blog. Sim, minha loucura se agravou sensivelmente. Mas, os poemas são tantos e tão lindos! Como não posso colocá-los todos no Flanar, vou deixando o meu repositório no outro bloguinho. E o deixo sempre aberto para ir lá e ler, nem que seja um verso.
Mas, meus dias na rede estão assim: ler os blogs dos meus amigos e comentar, ler os jornais, comentar novamente nos blogs, escrever no Escrevinhações, ler as mil mensagens de e-mail que recebo todos os dias, responder algumas, escrever no Escrevinhações, ler os comentários que deixaram nos dois blogs e recomeçar tudo. Acho que ficaria o dia todo nessa ciranda maravilhosa. Entretanto, o dever sempre chama.

Engraçado, eu ia falar das minhas fantasias e da vontade que estou de publicar esse blog. Falo sobre isso na próxima, que pode ser agora mesmo ou depois de amanhã.

A foto, novamente, não significa nada. Só beleza, beleza!!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Mais amigos, mais presentes lindos


Asas

Em longa viagem
Vão meus olhos

Asas nos olhos
Têm lá suas vantagens!

Paulo Renato Rodrigues

Esse lindo poema, ganhei de presente do meu mais novo amigo, o Paulo Renato, cujo ANIVERSÁRIOé dia 20 DE OUTUBRO, não posso me esquecer. Esse ano, esqueci os aniversários de todo mundo.
Mas, esse foi um ano, digamos, atípico, em todos os sentidos. Muitas coisas antigas morreram e outras começaram e morreram jovens. Muitas coisas nasceram e estão frutificando lentamente. Outras que plantei ainda estão inertes, não sei se virão ou se virão para me alegrar e não. O futuro é amanhã, então, deixemo-lo lá.

Os que esperam


Este blog está até parecendo de literatura. Todo dia invento de postar um texto de alguém. Ah! mas, não resisto. Gosto tanto. Não quero perdê-los.

Novidades hoje e daquelas que me deixam assim, meio vaidosa. Fui convidada para participar de um grupo literário na rede. Humm... estou me sentindo a própria Adélia Prado. Há pessoas de todo o país no grupo, inclusive de Goiânia. Já mandei dois textos (poemas meus). Ainda não sei como será a recepção a eles, porque a mim, foi deslumbrante. Uma paparicação total.
Todo mundo na net é bonito? Só eu sou feia? Fico vendo as fotos do pessoal das minhas comunidades no orkut, só tem lindinhos e lindinhas. Os que visitam meu blog e se mostram são todos bonitos, alguns lindos. E eu, ai, ai. Credo!
Agora o texto

OS QUE ESPERAM
Há os que esperam. São os que se deixam ficar imóveis à margem. Ali ficam. Os olhos são opacos, mas é possível, com muito cuidado, descobrir nos seus movimentos lentos e mínimos, cenas rápidas de amor e saudade.
Os que esperam observam, num quedar sem músculos, a nuvem que forma formas de sonhos e objetos de seres e nadas. As nuvens são como grandes deuses de fumaça. Têm seus gostares.
Os que esperam abraçam-se como se fossem duplos em apenas um corpo. Estão sempre abraçados a si mesmos. Podem fazer isto porque esperam. Sentem-se frágeis e fortes ao mesmo tempo, uma coisa depois outra. São os duplos.
Os que esperam ouvem o som do coração e se encantam, pois apesar de tudo, ele se move. Ele tem um movimento que não é bem uma música, é mais uma dança de balanço.
Os que esperam sentem o vento que passa leve e levanta o fiapo de algodão. Ele desenha piruetas errantes antes de ficar preso ao arbusto. Muito curta a vida de um fiapo de algodão. Quanto tempo fica preso um fiapo de algodão no arbusto seco? Talvez muito, como o tempo dos homens. Não, isto é mais do que é possível pensar. A vida do algodão no arbusto é só um tempo.
Os que esperam olham os filhos, além deles. Os seus filhos já chegam com história. Essa história forma um outro filho sem face, grudado aos seus pés e que nunca os abandona. Dão-lhes o nome de sombra.
Os que esperam não têm pressa. São parte da paisagem, que não se conforma por não ter um sentido sem eles, os que esperam. Tudo é muito fugaz. A própria paisagem é uma sucessão de leves arranjos que nunca mais se repetem.
Os que esperam levantam os olhos para o céu mas não perguntam quando.
Os que esperam olham o chão e aceitam o ponto certo onde ficar.
Os que esperam rebuscam saudades, aconchegados ao silêncio. Têm saudades de coisas que sequer conhecem mas que possuem o dom de provocar um arrepio fundo que encrespa a pele.
Os que esperam nunca estão sós. Há sempre, grudando em seu corpo, um silêncio de quem aceita a espera, como aceita o amor que resiste a todo o tempo e vai muito além das suas melhores lembranças.
Quem espera nunca está só, faz parte da solidão de quem passa.
WALDEN CARVALHO

quinta-feira, outubro 13, 2005



Esse blog realmente está precisando de assistência. Mas, os outros dois não me dão tempo.
Hoje estou alegre, muito alegre. A chuva me alegrou. Sentia tanta falta daquele barulhinho, daquele cheirinho de chuva.
Mas já chorei hoje. Duas vezes, aliás.
A primeira foi vendo uma foto no Globo daquelas vacas mortas em uma vala. Não sei se temho mais pena delas, coitadinhas, tão inocentes ou de nós, os brasileiros, coitadinhos, tão inocentes também, parecendo vaquinhas de presépio.
Depois chorei com uma mensagem que recebi de um amigo, falando do anjo da guarda. Fiquei tão emocionada! Serviu para me resgatar de umas inseguranças. Vou me lembrar sempre do meu anjo da guarda. Bem, se ele ainda estiver por aqui, se ainda estiver me aguentando, porque eu não sou brincadeira, dou muito trabalho.
Mas, como lágrimas não são alimento (pelo contrário, elas saem, não entram), sorri, ri, gargalhei.
Hoje foi "o" dia.
Também, depois de ontem, precisava de algum refrigério. Ontem foi um dia muito difícil. Dia das crianças e muitas crianças mortas no terremoto na Cachemira. Carequinha na UTI, jutamente neste dia e, para coroar o dia, a morte do legista do Celso Daniel.
Mas hoje, recebi esse presente do meu amigo Luiz Carlos "Natu" e fiquei teatralmente emocionada. Minha ligação com Vinicius de Moraes é muito antiga. E pensar que ele morreu no dia do meu aniversário (credo).

Mas, o presente foi esta crônica do Vinícius, que eu não conhecia. Um amor, uma lucidez, um singeleza tocantes.

Olhe aqui, Mr. Buster:
Está muito certo que o Sr. tenha um apartamento em Park Avenue e uma casa em Beverly Hills. Está muito certo que em seu apartamento de Park Avenue o Sr. tenha um caco de friso do Partenon,
E no quintal de sua casa em Hollywood um poço de petróleo trabalhando de dia para lhe dar dinheiro e de noite para lhe dar insônia
Está muito certo que em ambas as residências o Sr. tenha geladeiras gigantescas capazes de conservar o seu preconceito racial por muitos anos a vir,
E vacuum-cleaners com mais chupo que um beijo de Marilyn Monroe,
E máquinas de lavar capazes de apagar a mancha de seu desgosto de ter posto tanto dinheiro em vão na guerra daCoréia.
Está certo que em sua mesa as torradas saltem nervosamente de torradeiras automáticas e suas portas se abram com célula fotelétrica.
Está muito certo que o Sr. tenha cinema em casa para os meninos verem filmes de mocinho
Isto sem falar nos quatro aparelhos de televisão e na fabulosa hi-fi com alto-falantes espalhados por todos os andares, inclusive nos banheiros.
Está muito certo que a Sra. Buster seja citada uma vez por mês por Elsa Maxwell e tenha dois psiquiatras: um em Nova York, outro em Los Angeles, para as duas "estações" do ano.
Está tudo muito certo, Mr. Buster – o Sr. ainda acabará governador do seu Estado e sem dúvida Presidente de muitas companhias de petróleo, aço e consciências enlatadas.
Mas me diga uma coisa, Mr. Buster, me diga sinceramente uma coisa, Mr. Buster:
O Sr. sabe lá o que é um choro de Pixinguinha?
O Sr. sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no quintal?
O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?


Vinicius de Moraes

P.S. o meu amigo é torcedor do Botafogo, como Vinícius

P.P.S. Vou colocar uma foto linda, que não tem nada a ver, como sempre, mas é linda!

sábado, outubro 08, 2005

Sábado

Hoje é dia de faxina. Já limpei a pele, já fiquei 30 minutos escovando os dentes e agora já posso ler o jornal (ai, ai). E, um vazio, uma vontade de não sei o que. Agora mesmo, mantive um diálogo imaginário com alguém. Não sei quem. Eu mesma, meu outro lado, aquele que ainda tem alguma sensatez, mas nenhum poder de convencimento. Foi um diálogo estranho e áspero. Eu e Mim, como disse um filósofo por aí, de cujo nome não me lembro. Eu, doida, Mim, normal. Eu, rindo de mim e Mim, ironizando. Loucuras.

sexta-feira, outubro 07, 2005

LUMIAR

Não adianta, quando um não quer, dois não existem, só existe um e sozinho.
Mas, como já me prometi não ficar triste com isso, como já não me importo mais com a solidão e sempre a deixo ali naquele canto mais frio da casa (o meu quarto), canto, "eu canto, porque o instante existe e a minha vida...." (Florbela, a mais triste das mulheres tristes, como eu).

Quem me conhece muito sabe que só canto quando estou triste ou muito irritada. É claro que nesses momentos tristes não se incluem aquelas cantorias do videoquê, da batucada, do violão. Esses, são pura alegria, mesmo com todas os vexames. Ai, como é bom ser sem vergonha, sem controle e sem siso!

Falando em cantar, lembrei-me de uma linda música do Beto Guedes: LUMIAR. Esse nome já é uma música. Está incluído na minha lista de palavras lindas, que eu adoro.

Vou sentir essa letra da música, ouvindo sem som a beleza da melodia.

Anda, vem jantar, vem comer,
vem beber, farrear
até chegar Lumiar
e depois deitar no sereno
só pra poder dormir e sonhar
pra passar a noite
caçando sapo, contando caso
de como deve ser Lumiar
Acordar, Lumiar, sem chorar,
sem falar, sem querer
acordar em lumiar
levantar e fazer café
só pra sair caçar e pescar
e passar o dia
moendo cana, caçando lua
clarear de vez Lumiar
Amor, Lumiar, pra viver,
pra gostar, pra chover
pra tratar de vadiar
descançar os olhas, o
olhar e ver e respirar
só pra não ver o tempo passar
pra passar o tempo
Até chover, até lembrar
de como deve ser Lumiar
Anda, vem cantar, vem dormir,
vem sonhar, pra viver
até chegar em Lumiar
Estender o sol na varanda...
até queimar
só pra não ter mais
nada a perder
pra perder o medo, mudar de céu,
mudar de ar
clarear de vez Lumiar

Mais coisas (as últimas)

Há tantas coisas em mim meio doentias. Coisas sem nexo que faço ou falo. Promessas não cumpridas, nunca cumpridas. Vontades que não satisfaço e que me perturbam. Coisas que faço sem querer e me agridem. Uns desencontros constantes.
Escrevi três linhas no meu blog de poemas sobre as palavras que ando pronunciando e que são equívocas, porque não as poderia pronunciar. Mas, são as minhas vontades me dominando, às vezes.
Queria nascer novamente.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Outras Coisas


Meu bloguinho anda tão abandonado. Não porque não tenho nada para dizer e sim porque a política não me deixa fazer mais nada. É um tal de ler, o dia inteiro, de estudar, analisar, pesquisar. Estou cansada e assustada com o que anda acontecendo neste país. Quem dera todos os brasileiros tivessem acesso às informações e interesse por elas!

Mudando de assunto radicalmente, estou escrevendo demais. Algumas porcarias básicas, de onde, às vezes, salta uma outra frase interessante. É um exercício delicioso e, ao mesmo tempo, cruel.

Um dos meus maiores defeitos é a pressa. Sempre vou com muita sede ao pote, sempre. Nunca me emendo. E isso tem me trazido muitos problemas. Acho que é sinal de velhice. Todos não voltamos a ser crianças quando ficamos velhos? Deve ser essa a explicação para esse açodamento perigoso. O resultado é que perco coisas importantes, pessoas interessantes e até dinheiro.
Outro defeito meu é a preguiça. Adoro não fazer nada. Ficar meio besta, pensando, sonhando, sem fazer nada. Esse, não tem conserto. Sempre fui preguiçosa, desde a infância. Naquela época remota, encontrava sempre umas desculpas ridículas para ficar à-toa, à-toa, como aquela andorinha do Vinícius de Moraes (será que é dele?). Uma pena que agora, não funcionam mais.

Outras palavras que adoro: melíflua, supérflua...Esse fonema "fl" é delicioso.

Essa foto que postei não tem nada a ver, mas achei maravilhosa.

terça-feira, outubro 04, 2005

Eu

Às vezes, tenho vontade de juntar todas as minhas personalidades e me mostrar. Entretanto, é meio impossível, acho. Talvez, devesse abandonar algumas delas, quem sabe todas. Mas fico pensando, elas todas são eu. Eu sou elas todas. Elas me constituem e uma supre os desejos de outra e outra de outra e de outra. Elas me constituem.
As pessoas que as conhecem diferentes, inocentes de que, em mim, existem outras mulheres, outras vontades, outros sonhos, não merecem sofrer com uma provável descoberta. Sofro por elas, agora. Depois, elas assentirão com gestos comedidos e dirão que me conheciam profundamente.

Outro Presente


Ontem ganhei este presente de um amigo. Foi um presente inesperado e estranho, que me fez pensar. Por que ganhei e o que significa? Como não consegui ainda traduzir o seu conteúdo, não consigo entender os motivos de tê-lo recebido. Por fim, depois de ficar matutando o dia inteiro, pedi arrego e perguntei ao amigo por que me presenteou. Ele ainda não me respondeu.

sexta-feira, setembro 30, 2005

Coisas

"Vestígio, presença do que está ausente. Aura, emanação de uma ausência evocada em presença."

Linda construção que achei em uma resenha da Revista Viver Mente e Cérebro (Agosto/2005). E, como sempre, comecei a devanear sobre o que li.
Ontem, havia pensando nas palavras que mais gosto, não pelo significado, e sim, pela melodia, pela força ou fragilidade delas. Qualquer dia, faço uma lista. "Vestígio" é uma delas.
Vestígio, para mim, evoca coisas que passaram, marcas, assim como um beijo cujo sabor jamais será esquecido ou um olhar cravado em mim para sempre.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Presente


Ganhei um novo amigo, cuja sensibilidade é encantadora. E hoje, ele me deu esse presente. Não quis publicá-lo lá no meu blog de poemas porque esse amigo disse: "Esse poema é só para você". Depois, quem sabe, posto lá. Por enquanto, vou me deleitando com ele, aqui sozinha.

O AMOR
Pablo Neruda
Amo o amor que se reparte
em beijos, leito e pão.

Amor que pode ser eterno
mas pode ser fugaz.

Amor que se quer liberar
para seguir amando.

Amor divinizado que vem vindo
Amor divinizado que se vai.
Da obra: Crepúsculo de 1923,

AMIGOS


Ai, os amigos. Às vezes, amo-os todos, às vezes, quero me perder deles. Há dias em que me sinto cansada e só quero ficar bem quietinha, enbolada na minha poltrona olhado para a TV ligada, sem perceber nadinha do que está acontecendo. Uma astronauta abandonada fora da nave e mais nada. Mas, sempre vem um amigo e me resgata, mesmo que eu não queira. Que coisa! Quero que me deixem algum tempo em paz e sozinha.
Outras vezes, abro uma revista qualquer e encontro ali um rosto que não conheço mas, que me lembra aquele amigo querido. Uma saudade violenta me ataca, do amigo, dos momentos que passamos juntos, rindo ou chorando, dos olhares cúmplices quando inventamos alguma brincadeira maliciosa com outro amigo. E me dá uma vontade de ouvir a voz amiga, de compartilhar um cigarro, uma cervejinha gelada e conversar sobre tudo, resolver os problemas do mundo, acabar com a violência e com a fome das crianças.
Ah1 os amigos, como não tê-los? Como suportá-los?

quarta-feira, setembro 28, 2005

Política

Não queria falar de política aqui. Mas, atualmente está tão impossível ignorar isso. Os fatos graves que estamos assistindo diariamente e a sensação de que impunidade é aceita por todas as autoridades que deveriam ser guardiãs da lei e do seu cumprimento nos deixam confusos, impotentes e descrentes no futuro próximo desse país. O que fazer? Como fazer?

terça-feira, setembro 27, 2005

Triste, triste


Estou muito resfriada e afônica. Uma pena porque hoje ganhei um CD novo da Nana Moskovis e gostaria de cantar. Vamos ver amanhã. Nem vou abri-lo, mas estou me coçando de vontade. Hoje, estou triste, triste. O dia frio e a saudade de algo que nunca tive me deixam meio sorumbática (adoro essa palavra; é tão feia, mas tão eloquente).
Desejo coisas demais, coisas que deveriam ter sido desejadas há anos e que agora não mais fazem sentido. E ainda assim, desejo-as. Por isso, essa tristeza, essa insatisfação. Por isso esses laivos de loucura e essas lágrimas bestas. Quero um beijo escandaloso para melhorar. Porém, estou gripada, não posso beijar.

MADRUGADA


Ah, a vida! É sempre feita de momentos tão bons. Uma pessoa amiga que liga na madrugada e fica horas conversando sobre nada, e me fazendo rir como uma boba. O que, aliás, não é novidade. Sou boba mesmo, graças a Deus. Ou então, uma mensagem de e-mail dizendo que sou lindinha. É mentira, claro, mas faz um bem danado. Ou ainda, conhecer um blog que não mais existe e que, mesmo por isso, não deixa de ser maravilhoso, como o da Ursa Sentada. E ainda, ter o privilégio de receber uma mensagem dela. Que dia fantástico. Isso também me faz muito feliz.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Contrários


Às vezes, penso que sou ao contrário, que estou do avesso. Do avesso do mundo. Gosto de viver à noite. Gosto do silêncio, do céu que vejo na madrugada, sem luzes atrapalhando. Gosto do meu cachorro sentado comigo no quintal, observando as estrelas e sonhando, sonhando.
Gosto de ouvir música bem baixinho, quase adivinhando os sons dos instrumentos e choro diante da beleza de algumas. Outras me fazem cantar bem alto, meio louca.
Gosto dos meus livros. Amo-os como quem ama uma pessoa. Converso com eles, acariciando suas páginas levemente. Faço-lhes visitas inesperadas. Pego meus livros no colo e fico namoricando com eles, com uma infidelidade total porque sempre quero outros, quero mais, quero diferentes.
Assim, sou feliz.

quinta-feira, setembro 22, 2005

DESERTOS


Minha cabeça é um deserto. Todos os neurônios se foram para outras bandas. E, então, esqueci o meu nome de usuário. Não conseguia acessar o blog. Ai, só comigo. Sou o inverso dos normais: nunca me esqueço das senhas, mas dos nomes de usuários, nunca me lembro.
Mas, não é disso que quero falar e sim dos assuntos dominantes em mim. Solidão, vontade chorar uns 30 dias, sem parar e depois recomeçar tudo, vontade de tomar um capucchino escandaloso naquelas canecas enormes, vontade de ter alguém comigo, alguém de verdade que me ame e me proteja.
Ai, será que nunca vou crescer? Vou morrer assim, tão infantil, tão impotente e frágil?
Meu coração também é um deserto. Mas, estou apaixonada. Só que o alvo dessa paixão são apenas umas doze pessoas. Mesmo, apaixonada de verdade, amando loucamente. Nenhuma delas sabe, é claro. Se soubessem, ahahahah, saíriam correndo.
Mais um traço de loucura dos milhares que venho identificando em mim. Quem me ama, eu não quero. Dos 12 que eu quero, nenhum sonha. Aliás, nem eu sonhava com tal coisa. Mas, vamos indo, vamos amando, vamos querendo, que a vida é isso.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Uma História (continuação)


Capítulo II
Aquela menina conheceu e o amor e perdeu-se de vez em esquinas, ora abruptas, ora suaves. E continua, ainda hoje, buscando essa quimera, mesmo depois que a inocência se escondeu em alguns sofrimentos.
The end

domingo, setembro 18, 2005

Uma história

Eu sabia que não iria aguentar. Voltei para começar a contar uma história.
Capítulo I
Era uma vez uma menina feinha, inteligente e que pensava saber tudo da vida porque lia uns livros, na biblioteca do colégio e conhecia o mundo nas páginas do Tesouro da Juventude (o que terá sido feito dessa coleção? Virou objeto de museu?).
A menina cresceu com seus sonhos. Nem se sabe quem cresceu mais. Aos poucos, foram se desfazendo, enquanto ela percorria os dias, sorrindo aqui e ali, sem perceber a vida passando, de tão leve que a tornou para si.

Um domingo


O primeiro post é como um primeiro verso do mais lindo poema que esperamos escrever. Surge um tremor/temor, porque já pressinto todas as bobagens que ficarão registradas. Ainda bem que meus blogs não são um sucesso de público. Pelo contrário, são um fracasso total. Apenas uns poucos conhecidos fazem uma visitinha, por mera cortesia. E, como todas desta categoria, é uma visita que não envolve prazer, por isso, é rápida, superficial e cheia de enfado. E, também é única. É como uma visita hospitalar, menos os cheiros.
Ainda mais, porque tendo a ser prolixa, não consigo escrever apenas duas frases, como é chique nos blogs. Começo e vou, vou, vou até me cansar. Entretanto, juro que não vou divulgar esse blog. Esse realmente vai ser só meu. Vou sangrar aqui, já que não tenho com quem fazer isso. Mas, espero chorar de rir também. Porque ninguém é de ferro. E vou postar fotos sim, afinal de contas, gosto demais. Inclusive, a minha, aquela única que tenho.
Chega, por hoje, ou por agora, sei lá.