quarta-feira, outubro 15, 2008

Arca de ilusões

Entre tantas ilusões,
foi a ti que escolhi,
corsário dos meus sonhos
na arca da solidão, guardados.

Entre tantas oferendas
de amor, algumas
outras de felicidade
quase me perdi.

Nenhum sonho transformou em festa
a frieza que comigo amanhecia,
depois da mais longa madrugada,
senão o de tuas palavras.

Andei pelos caminhos onde pisam todos os amantes,
ao lado da ilusão do teu amor a me roubar
do frio e da noite que julguei eterna.

Porém, à primeira tempestade,
fostes embora
levando da arca, o brilho.
Meus sonhos todos perdidos
no vão do mundo.
Agora nenhum há, guardado no fundo,
nenhuma estrada
nem ilusão,
nada.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Tormento


Nestas noites minhas
de morrer de amor,
tua imagem rodopia
na solitária taça
que meus lábios embriaga.

Como se fosses chegar
a qualquer momento,
flores inventam tua vinda
tramando aromas na janela.

Que sabem as flores de perfumes?
Que sei eu de ti
que não voltas?

(Só sei do tormento
que em mim deixaste,
aroma de mar, cor do vento
).

Imagem: Fernando Diniz