segunda-feira, janeiro 25, 2010
Interlúdio
Pressinto tua vinda nas flores sob a janela.
Na desarmonia dos ventos,
ao rumor dos teus passos,
ouço as palavras que irás dizer,
as palavras de quem volta
e desfaz o sossego da saudade cansada.
Pressinto quando, nas horas tristes,
pensas nos nossos braços
e na teia louca dos beijos.
(acaso pensas que não sei dos caminhos
e do seu impossível refazer?)
Imagem: Wong Luisang
quinta-feira, janeiro 07, 2010
Penso em ti
Penso em ti quando solto,
o lobo dos sentidos salta sobre mim
na sede indizível dos perdidos.
Penso em ti, na noite, antes perfumosa,
a devassar janelas e lençóis.
Agora, névoa, visgo de dor
que atravesso entre gemidos.
Penso em ti quando se alteia
o mar e, músico, deixa no ar
um tremor, um alarido,
tal qual o amor.
Penso em ti quando
recua o mar
levando o espanto de todo início
e, vago, deixa o sal
para que nada morra
nem a saudade do que hoje é findo.
o lobo dos sentidos salta sobre mim
na sede indizível dos perdidos.
Penso em ti, na noite, antes perfumosa,
a devassar janelas e lençóis.
Agora, névoa, visgo de dor
que atravesso entre gemidos.
Penso em ti quando se alteia
o mar e, músico, deixa no ar
um tremor, um alarido,
tal qual o amor.
Penso em ti quando
recua o mar
levando o espanto de todo início
e, vago, deixa o sal
para que nada morra
nem a saudade do que hoje é findo.