sexta-feira, dezembro 30, 2005

Minha companheira


Ela já está chegando, pressenti desde ontem e venho tentando me esconder. É impossível. Nem o "Quase Tudo", com aquelas lindas fotos da Danusa, adiantou. Então saí buscando amigos, mas todos estão muito ocupados com as festas, ou melhor, com a festa.
Ela não tem nada a ver com a festa, ou com as festas de final de ano. Não sou daquelas que ficam melancólicas no natal ou reveillon, ao contrário. Quem me conhece sabe que adoro festas.
Esse ano é diferente, é o mais diferente. Houve muitas perdas e muitos ganhos. As perdas foram muito mais profundas. Os ganhos foram muito mais diversificados e intensos.
Perdi o amor, quero dizer, o amor sumiu. Não o encontro em mim. Por isso, estou vazia.
Perdi meu pai e, por isso venho chorando há uns dias, desde que comecei a ouvir "Adeus ano velho, feliz ano novo...." porque ele adorava cantar isso. Logo ele, que não cantava nada! Então fico me lembrando daquelas orquestras que durante o dia 31 de dezembro e 1.º de janeiro ficavam ecoando o tempo todo lá em casa. Um fundo musical saboroso e relaxante para amenizar aquela loucura que é preparar uma festa. Ele era o nosso disc-jockey (sei lá se é assim que se escreve isso, tão fora de moda).
Ganhei muito. Acho que este foi o ano em que mais acumulei amigos perfeitos e também o ano em que fiz mais besteiras. Gosto de fazer besteiras, algumas. Nesse ano, ultrapassei todos os limites. Neste ano, eu conquistei até uns fãs!!!! Chique, muito chique ou, como diria meu amigo Jôka, bacanérrimo. E ainda ganhei um presente especial, que vem aos pedaços, dia-a-dia e vai se acumulando maravilhosamente em mim.
Contudo, desde ontem, ela vem me cercando, como um exército inimigo. E, se nessas horas não há ninguém com quem falar, como aconteceu hoje, fico indefesa demais e ela me ataca.
Já sei que amanhã será pior, estarei mais solitária ainda e não haverá festa nenhuma dentro de mim.
Tentei recorrer ao meu jargão "amanhã é outro dia". Mas, não está funcionando porque amanhã será um péssimo dia, com ela, a tristeza.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Coisas boas para o próximo ano ser melhor

Comer banana com mel, viajar, amar, ler João Ubaldo, ler, escrever, amar, chorar de raiva, rir das minhas bobagens, rir, ler os blogs dos meus amigos, escrever poemas de amor mais felizes, amar, amar, cuidar dos outros, cuidar de mim, sair, passear, comprar sapatos lindos, ler, ler, estudar mais, amar, ser feliz pelo menos cinco dias por semana, chorar de solidão e depois rir, ficar meio boba, rir, amar, querer, ser.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

ANO NOVINHO


"Olha, há um tesouro na casa ao lado.
- Mas, não há nenhuma casa aqui ao lado.
- Então construíremos uma!"
(Irmãos Marx)

Nesse espírito, desejo que todos os meus queridos amigos comecem esse ano novinho construindo casas para encontrar seus tesouros, compostos daquilo que mais desejam.
Desejo todas as coisas de sempre: felicidades, paz, amores novos e antigos, menos dores, mais tranquilidade.

Mas, desejo essencialmente que cada um se encontre e parta para viver sua vida própria, deixando de lado os penduricalhos que nos amarram à uma vida que não queremos.

Este ano, para mim, foi muito feliz porque conheci todos vocês, porque me tornei uma mulher rica, riquíssima com o amor e o carinho dos meus amigos, que reduziram minha solidão e elevaram minha auto-estima a um nível jamais imaginado.

E, além de tudo, o ano parece que vai terminar com algo especial, muito especial para mim, caso não seja mais uma daquelas pequenas insanidades de que sou pródiga.

Feliz Ano Novo, Feliz 2006 para todos nós.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

ENTRE FESTAS


Após a maratona natalina, minha voz se foi, meus pés estão em cacos (aqueles sapatos maravilhosos mostraram ser verdadeiros carrascos), minha conta bancária se esvaiu e minha disposição está em frangalhos. Mas, começo a me restabelecer para o reveillon e depois para mais duas festas na primeira semana de 2006. Ufa! Adoro isso, festas, com roupas lindas e novas ou com um jeans e camiseta branca.
O Papai Noel foi muito generoso comigo, este ano. Até o meu micro voltou a funcionar, sem mais nem menos. Ganhei livros, livros, livros. O melhor presente, sem dúvida.
Meu querido amigo Spersivo me deu vários exemplares do seu "Não engula sapo por Lula" e, um especial, "O Candiru do Madeira dois anos e 1/2 tapando buracos", ambos escritos por ele mesmo, com linda dedicatória. Fiquei toda vaidosa.
Ganhei também o livro da Danusa e "Poesias" de Fernando Pessoa. E um exemplar novinho de "Sagarana" porque o meu estava uma ruína, coitadinho.
Ganhei também uma linda bolsa (mamãe) e um perfume francês (marido!!!!!!!!)
Presentes virtuais foram dezenas. Inclusive a publicação do meu poema "Festa" na revista eletrônica do Fausto Wolff, este um presente do Jean Scharlau.
Isso sem contar os presentes que vieram com antecedência, como o Alexandre e o grupo de poemas.
Acho que não merecia tanto. Estou muito feliz. Uma criança feliz! Espero continuar assim, no próximo ano inteirinho.

A foto? Eu, na fazenda, aquela dos tucanos e das orquídeas.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

FELIZ NATAL


Meus amigos, meus queridos,
Feliz Natal a todos.
Que o amor do Menino Deus
ilumine suas vidas
com amor e paz.

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Final de Semana


Meus domingos sempre são radicais. Totalmente sozinha ou vice-versa.
Este foi vice-versa. Além de pessoas, orquídeas inacreditáveis, tucanos
e mais, macacos chupando manga. Violão e saudades, tantas.
"Entre por essa porta agora e diga que me adora...."

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Livros


Acho que já falei sobre o meu amor pelos livros. Sempre é bom falar mais e mais de livros. Mas, só falar não basta. Por isso, espicho os tristes olhos para quatro ou cinco que estão ali lado, virgens, virgens, alguns até na sacolinha da livraria. Não tenho um minuto para lê-los. Acho que só terei em janeiro. Toco-os, cheiro-os e devolvo à escrivaninha onde estão. Olho, namoro de longe, volto lá, abro sorrateiramente, escondendo-me de mim para que não perceba que estou olhando e me ataque aquela ânsia de ler agora, ontem, já. Tenho que resistir porque estou lotada de trabalho.
Estou lendo As Intermitências da Morte, do Saramago. Nem preciso dizer que é ótimo. Então, invento de pegar o meu favorito dele (O Evangelho) que já li umas 5 vezes e dar umas olhadas rápidas.
Gente, descobri que não sabia escrever escrivaninha e tive que procurar o meu jurássico Aurélio. Não deu para usá-lo porque o Ataulfo (meu poodle) estava dormindo sobre ele. Meus cachorros acompanham minhas loucuras. Por exemplo, não querem mais pão, pela manhã, só queijo. Fresco.
Descobri também que preciso urgentemente comprar um dicionário, mas, Cristo, os preços são de arrasar! Então vou usando o vovô dos dicionários. Tadinho, já fez mil plásticas, agora não há mais onde e nem como remendar.
Hoje, estou light, feliz. Adoro ficar assim. Principalmente porque estou revisando um texto cheio de nomes científicos, como "nucleotídeos", "imunoeletromicroscopia", "carboxi-terminal" e outras coisas esquisitas do gênero. Minha concentração tem que ser absoluta.

A figura? Outra Saramar. Outro presente. E, por falar nisso, lembrei que aquela Saramar do post anterior, originalmente tem um gingado, uma malemolência que se perdeu ao ser transportada para o blog. Ai, ai.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Soneto das Borboletas


Com a devida autorização do autor, meu amigo SPERSIVO, economista e poeta, professor e escritor, vou reproduzir o belíssimo SONETO DAS BORBOLETAS



Assim deitada e nua te encontro
Molhada de desejo, um ar tão natural
Que atiça a chama do amor sedento
Que se sacia em ti com uma fúria animal

Porém, mais do que eu, queimas em brasas
E queres muito mais do que até posso,
Pois tu queres a música sem pausas
E muito além da carne comes até o osso

Queimando na fogueira sempre acesa,
Entre as paredes, nossa vida presa,
É a melhor com que jamais sonhamos

Nem sei, nem sabes, o que lá fora espera
O mundo é aqui. E, em plena primavera,
Há menos borboletas do que nós gozamos!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Boba alegre


Quando as coisas estão pesadas demais, quando aquela melancolia arrasadora me abate, apelo para meu jargão-filosofia de vida: tudo passa, o que é bom e o que é ruim, tudo acaba. Então, fico tranquila. Aliás, sou tranquila. Minha mãe e minhas filhas acham que sou tranquila demais. Mas, não ligo muito. Sou mesmo e pronto.
Este ano foi terrível! Muitas perdas, muitas. E nunca estou preparada para perder nada. Uma mentalidade meio infantil ou aquelas minhas loucuras me impedem de pensar em perder algo ou alguém. Porém, como eu disse em um poema qualquer, andei construindo pontes impossíveis e a realidade inundou tudo e as levou.
Mas, há tantas compensações. Há tantos micro-momentos felizes. Costumo juntá-los e construo, assim, um painel, como se montasse um quebra-cabeça que é a própria felicidade.
Por isso, depois de passar esse ano inteiro sofrendo daqui e dali, várias pecinhas de amor, de carinho e de amizade, que estavam faltando, foram reveladas e meu quebra-cabeça está completo. Por isso, estou boba de felicidade.
As borboletas? Uma homenagem a um lindo poema que conheci ontem e que já reli umas trinta vezes. Vou pedir autorização ao autor para mostrá-lo aqui.

domingo, dezembro 11, 2005

No domingo



A festa foi tudo aquilo que eu esperava. Os Apolos (ai) todos lá e mais alguns novos. Lindos, perfeitos, malhados e ótimos jogadores de tênis. O vôlei foi decepcionante, mas quem deu importância a isso? Eu não. Nem vi a direção das bolas porque havia paisagens várias para observar, brancas, negras e até ruivas (ai, ai).
E, o melhor: na chuva da tarde, todos compartilhando as tendas do jardim, não havia crianças correndo, como no ano passado. Estavam todas na piscina, gritando como hunos. Ou seja, tudo perfeito.

Vivo me interrogando, sou meu personal detective. Mas, onde estão as respostas? Lupin, socorro.

Há coisa melhor que ouvir João Bosco? Se há, não descobri. Nem quero. Beleza demais mata. O ser humano tem um limite para suportar a beleza. Ultrapassando-o, julga-se um deus e, sendo assim, a beleza é morta. E o que somos sem ela?

A foto? Como às vezes acontece, não quer dizer nada. Só beleza.

sábado, dezembro 10, 2005

Final de semana


Hoje é sábado e tem reunião para decidir o natal. Ai, não quero, não quero. Mas, família é uma coisa muito chata, às vezes, com essa mania de ficar grudada. Eu queria o natal bem longe daqui. Em São Paulo. Um natal cálido, iluminadíssimo e sem recordações tristes. Só festa e champanhe se derramando inteira para depois ser bebida. Mas, isso é sonho.
Amanhã é domingo e tem festa. Irei. Uma festa cheia de homens lindos, na piscina, na quadra de tênis, todos ricos e bonitos. Vou adorar passar o dia bebendo, comendo feito doida e admirando aqueles Apolos. Isso, se não chover e se não houver 12 mil crianças correndo entre as mesas, como no ano passado.
Outra coisa: como os indícios prenunciavam, aqui estou eu, boba, boba, "procurando o desconsolo". Mas, isso também passa, principalmente porque, para mim, tudo é meio impossível.
Estou feliz: agora serei moderadora do meu grupo de poemas, que está crescendo lindamente, mais de 100 membros.
Hoje li uma linda frase no Complexo Gel (http://complexogel.blogspot.com):
"fazer amor é pisar na eternidade"

Lindo isso e me fez entender porque é tão raro. Eternidade não para ser pisada todos os dias.

Essa imagem engraçada de mim, foi um presente que ganhei de alguém do grupo de poemas. Da Vyrena ou da Leninha? Esqueci de quem, que vergonha, meu Deus!

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Bobagens de final de ano


Final de ano. Início de ano. O lugar comum que, neste ano, transtornou-se, doido, esquecendo de ser comum e virando minha vida inteira, como naqueles buracos redemoinhos que estão sempre em meus pesadelos.

Não suporto fazer listas de realizações porque sempre fico mal nelas. É um tal de riscar aqueles planos-bebês abortados (arghhhhh), de me sentir culpada por 5 minutos, de prometer tudo de novo à minha consciência, pedindo que ela me deixe em paz para beber e comer as festas em paz e pronto.

Prefiro fazer a lista das bobagens que sempre cometo. São as mesmas todos os anos. Ninguém consegue explicar o crescimento que não houve. Muito menos eu.

Mas, vamos à lista das bobagens, decrescente por ordem de importância.

  1. Apaixonar-me de 15 em 15 dias por pessoas diferentes.
  2. Esconder essa paixão de todos, às vezes, de mim mesma.
  3. Acreditar em tudo que me dizem, desde que sejam doces as palavras.
  4. Magoar as pessoas.
  5. Não visitar ninguém.
  6. Acreditar que meus amigos me rejeitam.
  7. Ficar arrasada com a rejeição, mesmo imaginária.
  8. Não dizer não.
  9. Ler muito rapidamente.
  10. Comprar todos os sapatos lindos que vejo.

Como a pretensão é outro defeito que veio se juntar aos anteriores, vou deixar esta lista em aberto para acrescentar novas bobagens sempre que me lembrar delas.

sábado, dezembro 03, 2005

Paixões


Às vezes, a solidão é tão boa! Mas, geralmente é muito pesada, um véu preto, debaixo do qual mal se respira. Impossível falar sobre isso com alguém. Ninguém quer saber dessa coisa estranha, ninguém quer assumir a própria solidão e não se interessa pela dos outros. Minha solidão não é triste, porém quase sempre derramo umas lágrimas, não por estar sozinha, mas por certas vontades que, satisfeitas, me povoariam, verdadeira China.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

LÁ VEM O NATAL



E o natal chegou novamente. E minha viagem para Lake Tahoe, o sei lá como se chama aquele local onde iria me congelar lindamente no natal, frustrou-se. Sinto tanto. Não pela viagem em si, mas pela saudade e pela possibilidade de fugir do natal daqui que será desolador, será terrível com a ausência-presença do meu pai, pela primeira vez.
Às vezes, acho que devíamos ter a capacidade de hibernar para não sofrer certas datas, para não ter que ver nos outros uma alegria que em nós morreu.