sexta-feira, setembro 30, 2005

Coisas

"Vestígio, presença do que está ausente. Aura, emanação de uma ausência evocada em presença."

Linda construção que achei em uma resenha da Revista Viver Mente e Cérebro (Agosto/2005). E, como sempre, comecei a devanear sobre o que li.
Ontem, havia pensando nas palavras que mais gosto, não pelo significado, e sim, pela melodia, pela força ou fragilidade delas. Qualquer dia, faço uma lista. "Vestígio" é uma delas.
Vestígio, para mim, evoca coisas que passaram, marcas, assim como um beijo cujo sabor jamais será esquecido ou um olhar cravado em mim para sempre.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Presente


Ganhei um novo amigo, cuja sensibilidade é encantadora. E hoje, ele me deu esse presente. Não quis publicá-lo lá no meu blog de poemas porque esse amigo disse: "Esse poema é só para você". Depois, quem sabe, posto lá. Por enquanto, vou me deleitando com ele, aqui sozinha.

O AMOR
Pablo Neruda
Amo o amor que se reparte
em beijos, leito e pão.

Amor que pode ser eterno
mas pode ser fugaz.

Amor que se quer liberar
para seguir amando.

Amor divinizado que vem vindo
Amor divinizado que se vai.
Da obra: Crepúsculo de 1923,

AMIGOS


Ai, os amigos. Às vezes, amo-os todos, às vezes, quero me perder deles. Há dias em que me sinto cansada e só quero ficar bem quietinha, enbolada na minha poltrona olhado para a TV ligada, sem perceber nadinha do que está acontecendo. Uma astronauta abandonada fora da nave e mais nada. Mas, sempre vem um amigo e me resgata, mesmo que eu não queira. Que coisa! Quero que me deixem algum tempo em paz e sozinha.
Outras vezes, abro uma revista qualquer e encontro ali um rosto que não conheço mas, que me lembra aquele amigo querido. Uma saudade violenta me ataca, do amigo, dos momentos que passamos juntos, rindo ou chorando, dos olhares cúmplices quando inventamos alguma brincadeira maliciosa com outro amigo. E me dá uma vontade de ouvir a voz amiga, de compartilhar um cigarro, uma cervejinha gelada e conversar sobre tudo, resolver os problemas do mundo, acabar com a violência e com a fome das crianças.
Ah1 os amigos, como não tê-los? Como suportá-los?

quarta-feira, setembro 28, 2005

Política

Não queria falar de política aqui. Mas, atualmente está tão impossível ignorar isso. Os fatos graves que estamos assistindo diariamente e a sensação de que impunidade é aceita por todas as autoridades que deveriam ser guardiãs da lei e do seu cumprimento nos deixam confusos, impotentes e descrentes no futuro próximo desse país. O que fazer? Como fazer?

terça-feira, setembro 27, 2005

Triste, triste


Estou muito resfriada e afônica. Uma pena porque hoje ganhei um CD novo da Nana Moskovis e gostaria de cantar. Vamos ver amanhã. Nem vou abri-lo, mas estou me coçando de vontade. Hoje, estou triste, triste. O dia frio e a saudade de algo que nunca tive me deixam meio sorumbática (adoro essa palavra; é tão feia, mas tão eloquente).
Desejo coisas demais, coisas que deveriam ter sido desejadas há anos e que agora não mais fazem sentido. E ainda assim, desejo-as. Por isso, essa tristeza, essa insatisfação. Por isso esses laivos de loucura e essas lágrimas bestas. Quero um beijo escandaloso para melhorar. Porém, estou gripada, não posso beijar.

MADRUGADA


Ah, a vida! É sempre feita de momentos tão bons. Uma pessoa amiga que liga na madrugada e fica horas conversando sobre nada, e me fazendo rir como uma boba. O que, aliás, não é novidade. Sou boba mesmo, graças a Deus. Ou então, uma mensagem de e-mail dizendo que sou lindinha. É mentira, claro, mas faz um bem danado. Ou ainda, conhecer um blog que não mais existe e que, mesmo por isso, não deixa de ser maravilhoso, como o da Ursa Sentada. E ainda, ter o privilégio de receber uma mensagem dela. Que dia fantástico. Isso também me faz muito feliz.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Contrários


Às vezes, penso que sou ao contrário, que estou do avesso. Do avesso do mundo. Gosto de viver à noite. Gosto do silêncio, do céu que vejo na madrugada, sem luzes atrapalhando. Gosto do meu cachorro sentado comigo no quintal, observando as estrelas e sonhando, sonhando.
Gosto de ouvir música bem baixinho, quase adivinhando os sons dos instrumentos e choro diante da beleza de algumas. Outras me fazem cantar bem alto, meio louca.
Gosto dos meus livros. Amo-os como quem ama uma pessoa. Converso com eles, acariciando suas páginas levemente. Faço-lhes visitas inesperadas. Pego meus livros no colo e fico namoricando com eles, com uma infidelidade total porque sempre quero outros, quero mais, quero diferentes.
Assim, sou feliz.

quinta-feira, setembro 22, 2005

DESERTOS


Minha cabeça é um deserto. Todos os neurônios se foram para outras bandas. E, então, esqueci o meu nome de usuário. Não conseguia acessar o blog. Ai, só comigo. Sou o inverso dos normais: nunca me esqueço das senhas, mas dos nomes de usuários, nunca me lembro.
Mas, não é disso que quero falar e sim dos assuntos dominantes em mim. Solidão, vontade chorar uns 30 dias, sem parar e depois recomeçar tudo, vontade de tomar um capucchino escandaloso naquelas canecas enormes, vontade de ter alguém comigo, alguém de verdade que me ame e me proteja.
Ai, será que nunca vou crescer? Vou morrer assim, tão infantil, tão impotente e frágil?
Meu coração também é um deserto. Mas, estou apaixonada. Só que o alvo dessa paixão são apenas umas doze pessoas. Mesmo, apaixonada de verdade, amando loucamente. Nenhuma delas sabe, é claro. Se soubessem, ahahahah, saíriam correndo.
Mais um traço de loucura dos milhares que venho identificando em mim. Quem me ama, eu não quero. Dos 12 que eu quero, nenhum sonha. Aliás, nem eu sonhava com tal coisa. Mas, vamos indo, vamos amando, vamos querendo, que a vida é isso.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Uma História (continuação)


Capítulo II
Aquela menina conheceu e o amor e perdeu-se de vez em esquinas, ora abruptas, ora suaves. E continua, ainda hoje, buscando essa quimera, mesmo depois que a inocência se escondeu em alguns sofrimentos.
The end

domingo, setembro 18, 2005

Uma história

Eu sabia que não iria aguentar. Voltei para começar a contar uma história.
Capítulo I
Era uma vez uma menina feinha, inteligente e que pensava saber tudo da vida porque lia uns livros, na biblioteca do colégio e conhecia o mundo nas páginas do Tesouro da Juventude (o que terá sido feito dessa coleção? Virou objeto de museu?).
A menina cresceu com seus sonhos. Nem se sabe quem cresceu mais. Aos poucos, foram se desfazendo, enquanto ela percorria os dias, sorrindo aqui e ali, sem perceber a vida passando, de tão leve que a tornou para si.

Um domingo


O primeiro post é como um primeiro verso do mais lindo poema que esperamos escrever. Surge um tremor/temor, porque já pressinto todas as bobagens que ficarão registradas. Ainda bem que meus blogs não são um sucesso de público. Pelo contrário, são um fracasso total. Apenas uns poucos conhecidos fazem uma visitinha, por mera cortesia. E, como todas desta categoria, é uma visita que não envolve prazer, por isso, é rápida, superficial e cheia de enfado. E, também é única. É como uma visita hospitalar, menos os cheiros.
Ainda mais, porque tendo a ser prolixa, não consigo escrever apenas duas frases, como é chique nos blogs. Começo e vou, vou, vou até me cansar. Entretanto, juro que não vou divulgar esse blog. Esse realmente vai ser só meu. Vou sangrar aqui, já que não tenho com quem fazer isso. Mas, espero chorar de rir também. Porque ninguém é de ferro. E vou postar fotos sim, afinal de contas, gosto demais. Inclusive, a minha, aquela única que tenho.
Chega, por hoje, ou por agora, sei lá.