segunda-feira, julho 31, 2006

SINAIS


Sou uma mulher da minha idade inteira.
A vida, apesar de alguma delicadeza, usou-me sem condescendência.
Com calma, levo seus sinais na pele, nos poros, nas pernas, na alma e nas músicas que canto.
Carrego-os ora com orgulho, ora com certo pudor porque mostram vicissitudes: "os beijos de amor que nunca dei", as palavras caladas ou o carinho contido.
Os sinais em mim também são as belezas que meus olhos meio cegos conseguiram sentir nos gestos de amor, nas lágrimas de alegria e nestas pequeninas delícias que a vida sempre deixa na porta, na mesa, em olhares e palavras.
Mas, acima de tudo, estes sinais da vida o são do caos que me gera continuamente e das emoções e dos desejos que colorem e também ensombrecem meus dias.
Como sempre digo, frequentemente sou quase feliz.

15 comentários:

SV disse...

Como querer a felicidade inteira, se ela é a ilusão dos utópicos? Sentir a felicidade a delinear nosso corpo é o que melhor conseguimos carregar: nosso álbum vivo de recordações.

Saramar, como acompanhaste o Antes que Anoiteça com tanta constância, gostaria de convidá-la a acompanhar o conto ALÉM DO FIM no Contos & Encontros.

Um beijo,

Sílvio

Rose disse...

Cadê vc?

Aparece, estou morrendo de saudades.

rose

Anônimo disse...

Esta'impossível acessar o blog do Reinaldo Azevedo!!! Os links estão danificadoS!!! AVISEM PARA ELE.

Passageira disse...

Um texto que mostra a beleza da maturidade! Tb eu sou quase sempre feliz! rs
Beijos querida

Anônimo disse...

Uma escrita de serenidade, de constatações amadurecidas e calmas. Uma fala equilibrada, com nuanças de sensibilidade bem dosada.
Gostei muito!
Abraços, Saramar!
Dora

Anônimo disse...

Gostei muito de conhecer seu blog...muito lindo. Um grande beijo.

Anônimo disse...

Saramar.

Sòmente a sensibilidade e a tranquilidade adquiridas com a experiência de uma vida inteira permitem criar um texto enxuto e suave como este.
Vida inteira não é, necessáriamente, idade cronológica e sim vida vivida, experimentada, curtida.
Gostei demais deste texto.

Beijos.

Al Berto disse...

Olá Saramar:

..."que meus olhos meio cegos"...verdadeiramente poético.

Mas Saramar, "cego não é o que não vê...é o que não quer ver" e a minha querida amiga no seu artigo mostra que faz uma "leitura" muito real e feliz da sua existência.

Um beijo,

Marco disse...

Olá, querida Saramar. Que bom que você voltou.
Eu entendo perfeitamente quando você fala de beijos não dados, carinhos contidos...
Hoje, trato de beijar todos os beijos que posso e fazer todos os carinhos que minhas mãos conseguem fazer.
Não quero mais conviver com arrependimentos.
Beijo procê.

Anônimo disse...

Como é bonito e confortável ler você falando de vida.E também queria dizer que até hoje ousso o canto do uirapurú na Ursa.Um abraço e fique com Deus e sua paz.

Anônimo disse...

Eu quis dizer ouço o uirapurú, mas escreví ousso, Foi um erro que corrijo em tempo.

Zé Carlos disse...

...oi Saramar, como invejo os poetas.... dizem tão lindamente o que de triste ocorreu....

Feliz de tê-la conosco. Beijos do Zé

Anônimo disse...

Oi Saramar!

Vc se supera, caramba!...
Que coisa mais linda este teu post!
Parabéns!!! Tá sensacional!!!

Beijocas,

Ritoca

Anônimo disse...

Só tu mesma poderás descobrir como ser totalmente feliz. Mas isso é perfeitamente possível. Procura! Beijos.

Anônimo disse...

O texto TALVEZ foi publicado no www.resquiciosdevida.blogger.com.br sem o devido crédito. Abri uma janela e descobri você: a autora. Voltarei mais vezes, tá? Beijinhos com gosto de maçã verde, limão e açúcar.

Maçã Verde