sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Nada

O Chico contou, cantou:
"lá vou eu de novo, como um tolo..."
De novo, como ele contou,
encontrei o desconsolo.

3 comentários:

Moita disse...

Querida

Desconsolo, talvez coubesse a quem está definitivamente condenado a morte. Com no caso de Auta de Souza que explode em emoção e prece.

SÚPLICA

Se tudo foge e tudo desaparece.
Se tudo cai ao vento da desgraça.
Se a vida é o sopro que nos lábios passa,
gelando o ardor da derradeira prece;

Se o sonho chora e geme e desfalece,
dentro do coração que o amor enlaça.
Se a rosa murcha inda em botão, e a graça
da moça foge quando a idade cresce;

Se Deus transforma, em sua lei tão pura,
a dor das almas que o ideal tortura
na demência feliz dos pobres loucos...

Se a água do rio para o oceano corre.
Se tudo cai, Senhor! Por que não morre
a dor sem fim que me devora aos poucos.

Auta de Souza

Moita disse...

mas, todos nós estamos condenados é a vida.
26 cheiros

Santa disse...

Saramar querida, vou repetir aqui algo que selecionei ao Moita. Já que em ambos, a poesia transpira:

"Não é o poeta que cria a poesia.
E sim, a poesia que condiciona o poeta.
Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso!"

Cora Coralina