Desconsolo, talvez coubesse a quem está definitivamente condenado a morte. Com no caso de Auta de Souza que explode em emoção e prece.
SÚPLICA
Se tudo foge e tudo desaparece. Se tudo cai ao vento da desgraça. Se a vida é o sopro que nos lábios passa, gelando o ardor da derradeira prece;
Se o sonho chora e geme e desfalece, dentro do coração que o amor enlaça. Se a rosa murcha inda em botão, e a graça da moça foge quando a idade cresce;
Se Deus transforma, em sua lei tão pura, a dor das almas que o ideal tortura na demência feliz dos pobres loucos...
Se a água do rio para o oceano corre. Se tudo cai, Senhor! Por que não morre a dor sem fim que me devora aos poucos.
Saramar querida, vou repetir aqui algo que selecionei ao Moita. Já que em ambos, a poesia transpira:
"Não é o poeta que cria a poesia. E sim, a poesia que condiciona o poeta. Poeta é a sensibilidade acima do vulgar. Poeta é o operário, o artífice da palavra. E com ela compõe a ourivesaria de um verso!"
Sara Verbo extraordinário na lógica da sensibilidade, na sensibilidade da lógica, e na lógica sensibilidade das palavras. As belas palavras, todas de uma propriedade singular, saem de sua mente aos borbotões, fluentes e abundantes como espuma em cachoeira. Como quase poeta, só me resta o esforço diuturno, sacrificado e anônimo na tentativa de imitá-la. Moita
3 comentários:
Querida
Desconsolo, talvez coubesse a quem está definitivamente condenado a morte. Com no caso de Auta de Souza que explode em emoção e prece.
SÚPLICA
Se tudo foge e tudo desaparece.
Se tudo cai ao vento da desgraça.
Se a vida é o sopro que nos lábios passa,
gelando o ardor da derradeira prece;
Se o sonho chora e geme e desfalece,
dentro do coração que o amor enlaça.
Se a rosa murcha inda em botão, e a graça
da moça foge quando a idade cresce;
Se Deus transforma, em sua lei tão pura,
a dor das almas que o ideal tortura
na demência feliz dos pobres loucos...
Se a água do rio para o oceano corre.
Se tudo cai, Senhor! Por que não morre
a dor sem fim que me devora aos poucos.
Auta de Souza
mas, todos nós estamos condenados é a vida.
26 cheiros
Saramar querida, vou repetir aqui algo que selecionei ao Moita. Já que em ambos, a poesia transpira:
"Não é o poeta que cria a poesia.
E sim, a poesia que condiciona o poeta.
Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso!"
Cora Coralina
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