segunda-feira, novembro 20, 2006

Foi-se o Poeta


Foi-se o Poeta, foi-se.
Foi-se o Poeta e, no entanto, o mundo segue.
Como pode meu Deus?
O Poeta de mel, que libertava estrelas
e as colava em pipas de sonho.
O Poeta que misturava vidas em palavras tão doces quanto o açúcar com que alimentava suas amigas, tão pequeninas e agora menores ainda.
Encerram-se os versos também pequeninos de beleza agoniada e mágica.
O Poeta pastor de formigas, agora sozinhas e desnorteadas.
Fecha-se o telescópio impedindo o nascimento de outros versos.
Contemplando suas últimas palavras, chorei de dor.
Nelas, a esperança, a enorme esperança que o grande Poeta trazia em si e em seus versos sempre acompanhados das mais belas músicas.
Foi-se o Poeta para colher formigas no céu.

(em homenagem ao meu grande e querido amigo, Nel Meirelles)

Imagem: Nicoletta

10 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Eu acho que tem tanta coisa boa de ler aqui, que seria injusto não ler nada mais, como vc sugeriu..
beijos com carinho

Anônimo disse...

O teu texto é comovente, e mais tocante se tornou ao saber que é uma homenagem tua a um amigo.

Beijo grande.

Anônimo disse...

Tão bonita e profunda homenagem.Deveria ter se chamado Mel Meirelles, este pastor de formigas, que não tive a honra de conhecer.
Sem mais, aplausos; na terra e no céu...

Rose disse...

Uma linda homenagem a um grande poeta feita por outra grande poeta.

Versos eram o talento de Nel, que bom que versos são imortais.

beijos
rose

Arauto da Ria disse...

Meu bem,a linda homenagem que faz ao seu amigo, vai fazê-lo sorrir lá em cima e concerteza cheio de orgulho pensará que valeu a pena ter lutado para deixar cá uma digna delegada.
Uma grande poetisa no adeus a um grande poeta, momento lindo e sufocante de tanta beleza e sentimento.
Muita força e um beijo.

Bell... disse...

foi-se.
eu fui.
quis voltar.
relutei.
mas foi inutil.
saudades.

bjo.

Marco disse...

Muito bonito. Tenho certeza de que o Nel ficou orgulhoso de ter deixado aqui uma amiga que é a própria poesia.
Beijos procê.

diovvani mendonça disse...

Eh, amiga, foi-se o pastor das formigas. Foi-se meu amigo-irmão encontrar-se com o mistério. Abraço n´alma.

Anônimo disse...

Olá Saramar. Estava passeando por aqui, numa passada rápida pra depois vir com calma. Meu objetivo era retribuir e agradecer a tua visita, mas dei com este texto e desnorteou tudo... é o que estou pensando? Conheci o Nel por acaso. Cheguei a publicar um poema dele no Falando..., conversamos algumas vezes no MSN e depois um silêncio que não entendi. E agora isso? Estou triste.