segunda-feira, dezembro 18, 2006

Ilusão

Você veio, como brisa, fumacinha de engenho, arco-íris depois da tempestade.
Invadiu meus dias com delicadezas de pássaro e som de chuva leve. Encheu de cores os meus olhos tristes e, com suas palavras de amor, fez do meu coração, cativo da mais doce prisão.
O amor cantava em minhas veias.
Mas hoje, esconde-se, perde-se de mim e não volta mais.
Todos os dias indo e eu só.
Não pensei que fosse apenas ilusão disfarçada.

Ando só.
Como uma casa abandonada, desmancho-me em pedaços irremediáveis.
Fantasmas me visitam e meus dentes rangem na noite escura.
Ando só e vou por estranhos caminhos.
Ando tão só depois que se você foi.

Imagem: Judy Richardson

14 comentários:

Anônimo disse...

Q prazer vc me proporcionou, nesse mundo em q vivemos indignados com os desgovernos, visitar seu blog, revigora a alma e nos deixa leves.

São postagens lindas como a sua q eu quero divulgar no UPDATEDBLOGS, porque as quero compartilhar com todos para que todos possam sentir esse prazer q hora sinto.

Obrigada por acreditar na idéia e o prazer de visitá-la é impagável.

Dongóes disse...

Blz esse poema, se puder me diga a autoria, isso dá uma música e tanto. Em minhas horas de lazer costumo meditar algo e até compor alguma coisa. Terei essa fonte p/inspirações.
Valeu!
abraços

Defensor disse...

Saudações
Um belo texto, apesar de espelhar muita tristeza.
Abraços

Anônimo disse...

Hum, que conto gostoso de se ler, risos... Parabéns!

Anônimo disse...

Maravilhoso, Saramar:
Ando só leve e sem ilusões
mesmo nas ruas cinzentas e sem sol,
viajando levemente com o pensamento do meu amor,
que um dia deixará de ser ilusões.
Beijo
OPaulo

Anônimo disse...

Uma perfeita descrição desse sentimento. Se isso são apenas palavras, parabéns. Se aconteceu contigo, lamento.

Beijos.

DB.

Daniele disse...

Querida Saramar,

Mais um momento de extase que nos proporciona,

Em que há o encontro, o desencontro, a desilusão e as emoções flamejando nessa dor miseravelmente ardida, doída por ser um só.

"Só quem já perdeu a alma, alguma vez, pode sentir e entender o blues! Old love, leave me alone! Apenas um resto de nuvem alvíssima
passeia pelo meu céu blue. Meu sangue é branco, meus
olhos são brancos, tudo é branco, exatamente da cor do
meu colo, onde você repousava a sua alma de guerreiro
vencido. Momentos...Momentos vivos apenas em mim...tudo em preto e branco".


Bjos,
Da sua fã,
Dani

Anônimo disse...

Triste, mas profundamente belo.

Beijos e feliz natal

Anônimo disse...

Saramar:
Normalmente, não gosto de textos tristes, mas o seu está muito bonito. E acabou me tocando, me fazendo lembrar de um momento em que, solitário, também fiquei triste.

Vera F. disse...

Saramar, um texto muito bonito para a tristeza que ele passa. Desejo de coração que tenha sido só a sua veia poética e não um caso real.

Bjos.

Anônimo disse...

Triste, mas belo. Beijos.

Anônimo disse...

Não esqueça da blogagem coletiva.

Hoje , dia vinte, todos de nariz de palhaço e os q não tiverem, baixem uma imagem de palhaço no google.

Não esqueçam a frase:

"Não somos palhaços. Aumentem sua carga de trabalho, não seus salários".

A idéia é do grande blogueiro Ricardo Rayol, com a ajuda do David, vulgo : Aqui não genésio.

Anônimo disse...

Porque nos sentimos tão só depois que o amor se vai?
Se antes não o tinhamos...
Embora seja real, não deixa de ser belo, como todos.
Abraços!

Marco disse...

Querida Saramar: é definitivo! Você é a minha ghost-writer! Você é a minha Cyrano e eu um simples Christian de Neuvillette a esperar que me digas palavras para eu retransmiti-las para a minha Roxanne...
Beijos.