sexta-feira, fevereiro 02, 2007

História de amor

Um dia, ele chegou com um jeito de marinheiro,
trazendo flores para os meus cabelos,
(oxalá fosse sereia e pudesse encantá-lo para sempre).
E, acredite, borboletas me confundiam,
meus dias puro jardim.
E era um amor tão grande, e era com tal alarido
que pássaros um tanto tolos vinham invejar na janela.
Orquestra e coro.
Eles lá, nós aqui, em dueto.
Um dia, ele se foi com o viço das flores
(que tentei encompridar até o longe futuro).
Hoje, sem viço, sem perfume, sem cor, se pudesse,
iria embora também
(nas mãos, flores...).
(Um dia, ele me fez pensar
que eu era a deusa do mar).
Imagem: Gustav Klimt

14 comentários:

Anônimo disse...

Minha cara Saramar,
Vim retribuir sua visita, a delicadeza de seus comentários, e me deparo com uma Poeta de textos belíssimos, ricos, profundos, simples como o Belo.
Vou retornar sempre. Por enquanto, fico por aqui saboreando os anteriores.
Um abraço afetuoso.

DE-PROPOSITO disse...

Um dia ele se foi. É a vida, as coisas são efémeras. Felizmente que o Sol vai e volta no outro dia.
Fica bem.
Um beijinho para ti.
Manuel

Anônimo disse...

Hoje resolvi fazer um "tour" pelos links da Elisabete(Encanto) e estou adorando os blogs que estou conhecendo! Parabéns! Seu blog é show! Bom final de semana! Tetê
www.livrepensamento.blog-se.com.br

Zé Costa disse...

estórias de amor sempre terminam assim: Com um ou mais de um machucados. Se ninguém se machucou ou não viveu uma estória de amor ou ela ainda não chegou ao fim.

Anônimo disse...

achei essa palavra no teu post: "encompridar". Gostei.

Lulu on the sky disse...

Vale vc assistir a novela viu? Depois me fala o q achou.
Big Beijoooooooooooos

Anônimo disse...

Lindo poema! Boa escolha.
Bjos

PELADUZ disse...

Ficas assim não.
Histórias de amor.
Quem melhor que ti consegue contá-las?
Ninguém...

Anônimo disse...

"Hoje, sem viço, sem perfume, sem cor, se pudesse,
iria embora também...". Vou ficar aqui, só me repetindo... dizendo que escreves com o coração, que tua sensibilidade me toca de perto e que venho aqui e saio mais humana.Sinceramente, parabéns. Bj grandão.

Anônimo disse...

"Tentar encompridar até o longe futuro..." - pensando bem, acho que faço isso constantemente (e nunca tinha reparado).

Anônimo disse...

Saramar,
desde ontem que já li este poema e continuo sem perceber.
É uma despedida!?
Para mim é lindo mas doloroso e enigmático.
um beijo
miguel

Alexandre Lucio Fernandes disse...

que poema doce.
Um amor singelo, puro que toca a alma.

palavras que soam suaves no coração.

lindo
:)

Anônimo disse...

Ah, Saramar... Ele se foi, mas talvez venha outro. Como na música "Teresinha". E talvez venha aquele a quem você dê a sua mão.
Beijos e mais uma vez, um belo texto.

Anônimo disse...

Minha cara! Estava aqui ouvindo Callas cantar, " O mio babbino caro", e fui procurar na net o filme Uma janela para o amor, no qual canta essa música, quando encontrei sua page com essa linda poesia sobre amor.Lembrei do dia q um amigo disse q sentia um incômodo no peito, q apertava e subia pela garganta, um misto de angústia e pavor, como se tudo fosse ficando estreito e o ar faltando... Então eu disse:" isso se chama amor. Mistura de prazer e desespero, sabor e desabor, algo q não se sabe explicar e que nem muito menos, sabemos onde começa e onde termina..."
Mas com certeza, tem um recomeço. Do nada se percebe novamente tal sentimento.
Obrigado por através da sua poesia, despertar sentimentos tão bons.
Flávio Almeida