Betty, cujo blog é um dos mais lindos que tenho o prazer de ler, enviou-me um meme, para falar do que estou lendo, coisa que adoro fazer. Por isso, tenho que me conter para que este não seja o maior post do mundo.
Ah! não é fácil. Quem me conhece sabe da minha paixão pelos livros, que considero namorados. Já falei aqui da relação que mantenho com esses amores, carnal, intensa, contínua. Adoro tocá-los, cheirá-los e ficar de longe admirando sua beleza exterior, mesmo que estejam esfrangalhados, como o meu "Espumas Flutuantes", que já quase não se pode pegar (tadinho!).
Quem me conhece sabe também que sou meio indisciplinada e totalmente infiel em minha paixão pelos livros. Nunca estou com apenas um. Ao meu lado, dormem três e aqui, no meu "escritório", mais uns três ou quatro (de poemas) estão abertos, virados e revirados, sem ordem nenhuma.
Porém, o amor do momento é uma releitura: "Viva o Povo Brasileiro", do genial João Ubaldo Ribeiro. Já é nosso terceiro encontro e ele sempre me atiça as emoções todas: orgulho, raiva, vergonha, diversão, admiração. Sua descrição da catequização dos índios feita por um índio é um primor de ironia e verdade histórica. O livro reconta a história da formação do povo brasileiro, com uma visão sarcástica e real de seus integrantes: índio, branco e negro. A linguagem é riquíssima (e exige um dicionário do lado, mas nada de assustar). Há páginas que são verdadeiros poemas. Segundo o apresentador da edição que leio, este livro "é o simulacro do mundo", encarnando o nascimento mítico de uma nação". Recomendo-o a todos.
Além desse, ando lendo também "História de O" (de Pauline Réage), uma perturbadora história de sadomasoquismo, "Conversas sobre Política" (de Ruben Alves), um livro pequeno e muito fácil de ler, mas que suscita muita indignação. Entre os poemas, são muitos, por isso só digo de "Cem Sonetos de Amor" (Pablo Neruda), emocionante demais e "Intervalo Amoroso" (de Affonso Romano de Sant'Ana).
Ah! não é fácil. Quem me conhece sabe da minha paixão pelos livros, que considero namorados. Já falei aqui da relação que mantenho com esses amores, carnal, intensa, contínua. Adoro tocá-los, cheirá-los e ficar de longe admirando sua beleza exterior, mesmo que estejam esfrangalhados, como o meu "Espumas Flutuantes", que já quase não se pode pegar (tadinho!).
Quem me conhece sabe também que sou meio indisciplinada e totalmente infiel em minha paixão pelos livros. Nunca estou com apenas um. Ao meu lado, dormem três e aqui, no meu "escritório", mais uns três ou quatro (de poemas) estão abertos, virados e revirados, sem ordem nenhuma.
Porém, o amor do momento é uma releitura: "Viva o Povo Brasileiro", do genial João Ubaldo Ribeiro. Já é nosso terceiro encontro e ele sempre me atiça as emoções todas: orgulho, raiva, vergonha, diversão, admiração. Sua descrição da catequização dos índios feita por um índio é um primor de ironia e verdade histórica. O livro reconta a história da formação do povo brasileiro, com uma visão sarcástica e real de seus integrantes: índio, branco e negro. A linguagem é riquíssima (e exige um dicionário do lado, mas nada de assustar). Há páginas que são verdadeiros poemas. Segundo o apresentador da edição que leio, este livro "é o simulacro do mundo", encarnando o nascimento mítico de uma nação". Recomendo-o a todos.
Além desse, ando lendo também "História de O" (de Pauline Réage), uma perturbadora história de sadomasoquismo, "Conversas sobre Política" (de Ruben Alves), um livro pequeno e muito fácil de ler, mas que suscita muita indignação. Entre os poemas, são muitos, por isso só digo de "Cem Sonetos de Amor" (Pablo Neruda), emocionante demais e "Intervalo Amoroso" (de Affonso Romano de Sant'Ana).
"Deixe que eu te ame em silêncio.
Não pergunte, não se explique, deixe
que nossas línguas se toquem, e as bocas
e a pele
falem seus líquidos desejos".
(uma mínima amostra de Afonso Romano para que você comece a lê-lo imediatamente)
Não pergunte, não se explique, deixe
que nossas línguas se toquem, e as bocas
e a pele
falem seus líquidos desejos".
(uma mínima amostra de Afonso Romano para que você comece a lê-lo imediatamente)
Imagem: Van Gogh
Hoje tem um poeminha mínimo lá no blog do Leo.
9 comentários:
Querida, não tem coisa mais gostosa na vida do que ler. Parabéns pelo seu gosto. Beijocas
nossa deu vontade de ler mesmo... Mas tenho tanta coisa pra ler do mestrado..vou ter que adiar mais um pouco. De literatura estou lendo Marley e Eu. estou amando, para quem tem cachorro é imperdível!
Bjo e ótimo fds!
Saramar querida,
Falar sobre livros é realmente muito bom aliás fiz outro post hoje sobre eles...rs
Muito boas as suas dicas tb estou lendo Neruda e adorando!
Lindo post!
um maravilhoso fim de semana e um beijo carinhoso,
Cris
Saramar
vc realmente é ENCANTADORA!
Ótimas dicas!
Bom final de semana!
elisabete cunha
Querida Saramar
Como não podia deixar de ser, vim ler o post sobre "seus namorados".
Houve um tempo em que eu também vivia cercada de livros, uma paixão incontrolável a me consumir. Perdi a conta das vezes que deixei de comprar roupas ou outros objetos pessoais para poder gastar em livros e discos. Minha vida mudou significativamente nos últimos anos e já não leio como antes, mas a paixão permanece intacta.
Dos livros que você mencionou, destaco Viva o Povo Brasileiro, uma verdadeira obra-prima do grande João Ubaldo Ribeiro. Dos poetas contemporâneos, o Affonso Romano de Sant'Ana é um dos meus preferidos.
Quanto a Espumas Flutuantes, li a primeira vez ainda no colégio e venho relendo ao longo dos anos.
Amiga, agradeço comovida seu elogio ao meu blog, nem sei o que dizer. Vindo de uma pessoa inteligente, culta e sensível como você, que tanto admiro, é realmente para emocionar.
Beijinho
Um livro, um namorado.
Nunca tinha pensado, mas é mesmo.
gosto tambem de namorar livros.
muito bem
bjs
Tantos livros (namorados). E dás beijinhos a eles todos ? (dos que prestam, ou dos que não prestam?).
Fica bem.
Beijinhos.
Manuel
Cara Saramar, Você se diz infiel em sua paixão pelos livros. Mas, acredite: eles também não te são totalmente fiéis, visto despertarem paixões em outras pessoas (incluindo o teclador que vos digita...).
Tenho os meus livros, amorosamente guardados nos altares do saber (as prateleiras da estante) e gosto de vê-los, lê-los, folheá-los, depositar neles lágrimas e sonhos.
"Viva o povo brasileiro" é magnífico, sem dúvida. Li, certa vez, o João Ubaldo dizendo que não fez nenhuma pesquisa para escrever
esta obra-prima. Acho que ele foi sovina com a informação. Creio mesmo que ele fez pesquisas. E foi absolutamente maravilhoso.
Quase na mesma linha, recomendo a "O feitiço da ilha do Pavão", do mesmo João Ubaldo, que é igulamente magistral. Os demais livros que você indica, acredito serem magníficos. A amostra grátis de Affonso já me deixou com água na boca...
Parece com os poemas de uma certa Saramar... Carpe Diem.
Estive aqui e comentei em 27 Maio.
Hoje voltei.
Só agora dei conta que este texto lindíssimo, me tocou tanto que me influenciou para uma postagem que fiz precisamente ontem.
em www.atocadocastor.blogspot.com
( tem tudo a ver )
bjs
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