quinta-feira, maio 31, 2007

Silêncio

Por amor, aprenderia a cantar,
mas ando muda.
Um deserto me cerca, cega, seca, com sua quentura bruta apagando meu calorzinho lento, de ir se acendendo aos poucos.
Meu silêncio é de espera, da espera de um canto que queria ouvir, que deveria vir, serenata, talvez.
Serei também surda? Ou apenas sonho? Não sei. Tudo é silêncio. Substituo o canto por versos discretamente melancólicos.
As palavras são ecos desta minha andança sem amor.
Admiro vitrines, contemplando os amantes e a música
que suas mãos compõem e seus olhos cantam.
Assim, finjo ouvir, quase vejo o meu amor,
meu cavalheiro encantado
a me roubar deste meu chão seco e silencioso.


Imagem: Rodin

Hoje tem um poema novo lá no blog do Leo. Não gostaria de ler?

16 comentários:

RX disse...

Lindo!!!!!!!!!

:)

Um beijo

Zé Rui

Angela disse...

Um texto triste, melancólico de quem precisa de sentir amor mas maravilhosamente escrito.

Adorei, como sempre aliás!

Um beijinho grande para ti Saramar.

Luma Rosa disse...

Saramar, é isso aí!

O amor é a mola que impulsiona a vida!

Bom dia! Beijus

Ricardo Rayol disse...

Ah, que tristeza é essa que assombra a mais nobre das guruas? Adorei.

Iara Maria Carvalho disse...

desse encanto de admirar vitrines, compomos poesias mais perfeitas! essa é uma delas!

saudades querida!

um grande abraço de futuros e esperas...

palavras outras.blogspot.com disse...

Amiga,
O "EscolasemPartido.org" precisa de nós. Vá até lá e deixe a sua mensagem.

Yvonne disse...

Menina, falar mais o quê??? Beijocas

Lia Noronha disse...

Sramar: por amor...o que não fazemos..nao é mesmo?!?
Beijos carinhosos diretamente do meu Cotidiano.

Nena disse...

mas Saramar, esse texto aí, ele me traduz!!!

Como pode isso???

Muito talento teu. Verdade

Um abraço

Anônimo disse...

Acho que esse poema e uma linda cancao...acho que vc ja cantou...beijos e bom fim de semana

Anônimo disse...

"Assim, finjo ouvir, quase vejo o meu amor,
meu cavalheiro encantado
a me roubar deste meu chão seco e silencioso"

ÉS VIDENTE?

elisabete cunha

Anônimo disse...

DE repente vem surgindo um pequeno suave som...ela não sabe de onde vem...tenta prestar um pouco mais de atenção...mas ele ainda é muito fraco...agora vem vindo com um pouco mais de força, porém não menos suave...doce melodia, notas sinfonicas...são as notas suaves do amor, invadindo tudo e tomando conta do coração...
Lindo texto...beijos e voltarei mais vezes...

Luna disse...

O amor é o nosso ilexir de vida, mas o podemos beber de varias formas, quando olhamos os olhos de uma criança, o universo que nos aporta enfim... sei o que sentes e sinto a tristeza nas tuas palavras, mas tudo vira a seu tempo acredita.
beijos

suruka disse...

Saramar

Neste texto há melodia é harmonia
mas tambem muita tristeza.

Muito belo o que escreveste.
Desejo que cantes muito e bem alto para toda a gente ouvir.

bjs

Anônimo disse...

Saramar, vim conferir a indicação do Rayol e fiquei sem palavras. Lindo poema, Saramar.

Gabriela Gomes disse...

"Um deserto me cerca, cega, seca, com sua quentura bruta apagando meu calorzinho lento, de ir se acendendo aos poucos".

DI-VI-NO!

Parabéns!