Já sei como abandonar os sonhos que nunca serão melodia, feitiço ou pecado.
A única voz que me acompanha é a desses poetas que comigo passam as horas, não sei se vivos, não importa se mortos. Sei que choram quando choro e trazem outras solidões para acompanhar a minha.
Não há mais pássaros para ouvir cantar.
Não há mais palavras de amor ou cólera ou cantarolar entre minhas paredes.
Não há mais palavras de amor ou cólera ou cantarolar entre minhas paredes.
Até o sol se esqueceu de aquecer minhas cortinas.
Nada me inferniza, nada me cega,
como o poeta cantou em sina de bem querer.
O querer é uma suavidade que passou pela rua em que vivo
sem parar à minha porta.
Já amei tanto. Já ganhei tantos presentes, mas nenhum futuro.
Vivi de impermanências até me cansar.
Hoje vivo dos versos alheios
que nada querem saber,
além de sua própria melodia
que canto bem alto para mim mesma.
Com eles faço festas.
Eu e eles.
Imagem: Magentas
Hoje tem um poema pequenino lá no blog do Léo. Vem ver.
7 comentários:
Oi Sara,
Não sei mesmo nem se devia, (teus poemas são para ler, gostar e amar), comentar.
Bjs.
Saramar, quanta solidão, não é amiga? E vc a canta nobremente, com a alma leve de pássaro em vôo.
Abraços! E minha admiração.
Volto e corrijo minha página...
Querida Saramar
Não canso de te dizer que tens uma sensibilidade imensa e uma facilidade de tocar fundo o coração de quem lê tuas poesias.
Cada vez que venho aqui fico muito emocionada, e cada vez te admiro mais.
Obrigada pela tua visita que me deixa sempre muito honrada.
Um beijo grande no teu coração da pata "peripatética".
(conheci essa palavra só agora e adorei o significado. hehe!)
Excelente post... não é fácil falar em solidão sem ser triste.
bjs
Helena
Saramar, a poesia alimenta o coração, o amor. Toda arte é um alimento fundamental para as pessoas. Beijos floridos da Ursa!
A gente nunca está sozinho. Há companheiros até para a solidão.
Beijos, querida Saramar. E obrigado pelos comentários sempre muitos gentis.
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