sábado, setembro 09, 2006
Carta
Meu amor,
eu disse que não iria pedir para você voltar.
Mas me diga o que faço desse amor teimoso?
Meus pensamentos andam por aí, andam, mas sempre reencontram sua voz, seu cheiro ou alguma palavra de amor perdida, entre tantas de despedida.
O que faço dessa dor? Não sei, mais nada sei porque erro em inclemente passado tendo visões dos momentos tão nossos e agora sem dono.
Não choro mais e me abraço à noite. Rolo no leito e me envolvo em lembranças, coisas loucas, pequenas coisas de nós dois, a flor, o espinho que me arranhou a mão e beijos para estancar o sangue. Um livro e dois leitores, um beijo a cada página virada. Livro abandonado e dois leitores a decifrar os doces códigos da pele e da boca.
Amanheço e procuro sua música, mas há um silêncio perene em meu coração. Há um silêncio no mundo, como se nem mundo fosse e só essa ausência, essa sua ausência que povoa os lugares e torna enorme o tempo de viver. Sem você, sem você, sem você que está em mim, que não me deixa, que nunca se vai, preso em minha alma presa desse amor inútil.
Imgem: Leonardo da Vinci
15 comentários:
Não... O mundo não é somente dor. Mutíssimo pelo contrário, mas há os que o fazem desequilibradamente injusto. Há que se estar atento a isso e...
Quanto ao Amor...
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Há que se respeitar os silêncios...
Beijos de bom final de semana!!!
Cris
Nossa... adorei o blog!
Vc possui uma sensibilidade aflorada!
é... já passei e ainda passo por algo semelhante... infelizmente, no meu caso, parece que viverei eternamente correndo em círculos!
O que fazer do amor... o que fazer da dor... Quando ambos são mais que uma rima, quando se tornaram sinônimos, o melhor a fazer é buscar consolo com um velho sábio de barbas brancas chamdo Tempo...
Beijo, querida.
Saramar, obrigado.
Toda divulgação possível será útil para ajudarmos a reverter esta situação. É tarefa ingrata pela passividade de muitos pais. Mas não iremos desistir!
Bjs.
Ame apenas, ainda que e mesmo que diante das dores que te embale o íntimo.
Saramar:
No meu comentário de ontem parece que estava a advinhar este cenário.
Como é possivel?!
Esse amor tresmalhado,não pode nem deve fazê-la sofrer tanto.
Esse amor tão intenso tem que ter um fim,não será fácil mas acredite
que a irracionalidade do amor, não nos deixa ver o amanhã e ele por vezes está tão próximo.
Viva o dia a dia tão intensamente como escreve e verá que um novo amor pode surgir como um raio de Sol e deste tão sofrido você um dia só recordará o tempo gasto.
Com a capacidade de amar que demonstra,você tem todas as oportunidades para encontrar alguem que a mereça e que a inunde de felicidade.
Não chore, não sofra e sinta a musica da vida que é tão bonita..!
Viva, viva cheia e profunda e o AMOR,acontecerá como um sinal.
Estava triste com a falta da sua visita e mais triste fiquei com o seu post.
Penso que já lhe disse, mas se não
fiz, pensei,estou a ficar toxicodepente das suas palavras e para mim o conhecimento visual está-se a tornar secundário em relação á sua pessoa.Pode-lhe parecer estranho mas é a realidade.
A blogosfera tem coisas...
Um beijo e amanhã beije o Sol.
estou a começar a postar espero ter ra mesma que você para escrever com essa intensidade, não capacidades para lhe dar um grafismo semelhante ao teu mas vou perder a sonolência e procurar refugio na caneta.
Aparece no meu blog
Minha querida Saramar:
Voce eh toda poesia. Da cabeca
aos pes. Toda sentimento.
Suas palavras fluem em uma magia
encantadora.
Voce eh tao suave para escrever,
que demonstra um amor tao maravilhosamente puro, e tao
intenso.
Ja falei que adoro o que voce escreve?
Ja, ne? Mas eu adoro mesmo!
Voce eh encantadora!
Um beijo carinhoso, otimo domingo!
MARY
Saramar, querida!
Estive atualizando minhas leituras por aquí e, como sempre, termino encantado com a infinidade de versos que compões seus posts. Sejam eles em forma de poemas ou de prosa. Até mesmo aquele em que fala sobre suas "etiquetas"... me fez ver poesia.
Beijo, carinho.
- Hummm que carta em Tonha?
- Não me provoque! Você sabe que sou fanzona da Saramar principalmente nas cartas...
- Mas...
- Não tem essa não! Gosto e pronto!
- Tonha, tudo bem, as cartas são realmentes maravilhosas.
- Claro, são cartas faladas do fundo do coração, só as mulheres entendem isso...
- Vixe mainha, fuiiiiiiii... (kkk)
Tá rebocado!
Oi Saramar! Bela carta, que fala da paixão, do silêncio e do desejo! O que seria do amor se não houvessem esses ingredientes... e se não hovessem os poetas para dar vazão desse amor num caderno, num livro, num blog? PARABÉNS!
O Sibarita
Em que pé tá aquele concurso, Saramar ?
Um bom domingão !
Bj!
Saramar:Mais despreocupado,já é terceira vez que aqui venho,para ver se saía mais uma postagem,mas hoje foi domingo e entede-se que nem todos os dias brotem palavras tão lindas que nos arrastam para uma realidade virtual.
Não me sinto frustado, mas muito aliviado,pois senti muito a sua "carta".
Já reli o seu poema em FALARES. Lindo, como tudo o que escreve, Qualquer dia deixo de ter adjéctivos para qualificar as suas palavras, mas acredite que eles serão sempre sentidos.
Sobre o futebol do nosso burgo, ele está pior do que em qualqer País do mundo.È uma vergonha.
Qualquer dia vou perder a vergonha e vou publicar um poema de alguns que tenho no meu baú de escritos.
Mas este blog é pouco apropriado para estes dizeres.
Um beijo.
Saramar, tantas lembranças, tanto amor em cada instante.. me recordaram a história
O URSO DA MEIA LUA, onde uma mulher atravessa grandes e imensos bosques para levar um mimo para seu amor... Uma longa história, "porque ela é uma mulher que ama". Feliz semana, menina. Abraços.
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