domingo, setembro 03, 2006

Etiquetada

Já havia sido etiquetada no Escrevinhações, em 31/08, mas como disse o meu querido Marco, que novamente me etiquetou, a tentação de contemplar o próprio umbigo é inelutável.

Por isso, coloco aqui mais quatro coisas de que gosto e que me definem, uma delas repetida e todas tão comuns, coisas de gente simples, como eu sou.

Sem dúvida, o que me dá mais prazer neste mundo são os livros, esses companheiros confiáveis e constantes. Costumo ter uns três ou quatro na cabeceira, e leio ao acaso, releio, busco pedaços, frases, alguma imagem que me emocionou. Leio no banheiro, na fila do banco, na cama. Leio na cozinha cortando legumes. Leio, leio, leio.
Minha relação com eles é também sensorial: gosto de tocá-los, de admirar suas capas, tentando decifrá-las, gosto das orelhas, do cheiro, do volume, do peso deles em minhas mãos. É amor, é paixão o que me liga aos livros.

Gosto do amor, esse mundo, ora primavera, ora inverno. Gosto de amar e das pessoas apaixonadas. A falta do ser amado e a espera. O prazer da vinda e esse átimo em que a respiração se desnorteia de tanta felicidade, à sua chegada. A cumplicidade, a alegria quase infantil de compartilhar o mesmo espaço, o mesmo momento de amor. As dores e saudade quando o amor deixa de ser brinquedo e se torna solidão. Gosto de tudo isso e sinto-me nua e perdida quando não estou amando.

Gosto de música e de cantar. A música é um milagre, eu acredito. Nossa ligação com os deuses, um resquício deles que ficou em nossa alma. O último bem, o único elo que nos permitiram para que não ninguém se esqueça de sua origem divina. Sempre me deslumbro com os sons, a melodia me atrai mais que as letras. Adoro violoncelo e aquele som quase dor.

Gosto de gente. Conversar, trocar gentilezas e carinhos, presentes. Gosto das pessoas para amá-las e confio em todas, como criança. Raramente me engano ou me entristeço com os meus amigos.

As pessoas são baús que nunca se enchem ou se esvaziam, porque vamos tirando alegrias, festas, e coloridas lembranças, trocando-as por nossa própria felicidade. O que colocamos neste baú é o que iremos encontrar mais tarde quando formos, nele, buscar algo. Amizade também é compartilhar. Inclusive as dores.

Há mais, claro. Meus cachorros, meus sapatos, meus cd's...... Há muito mais.

Imagem: Tony Vita

17 comentários:

Anônimo disse...

Magníficos gostares nessa formidável 'etiquetagem'! Beijos

Anônimo disse...

Ola...

Belas etiquetas...
Na parte de livros me vi ali, claro que sem a parte de cortar legumes...

Adorei os detalhes ^^

Linda semana pra tu..

:**

Anônimo disse...

"Gosto do amor, de musica e de gente" transcrito do seu texto..Que bonito !Achei também impressionante que a relação com livros seja tão intensa, sendo até sensorial...
Encantado. Abraços fortes.

Anônimo disse...

MARAVILHA!
Não existe nada melhor!

Beijinhossssss

Tuka disse...

Muitas, muitas coisas em comum! Dizem que o destino confabula né? Rs... Por isso cheguei aqui, devido aquele plágio. Falar nisso, obrigada pelo apaoio.

Muitos beijos e parabéns pelos escritos!

Dono do Bar disse...

Concordo: apenas seis coisas é muito pouco! Pelo que li do seu complemento, você é uma pessoa "do bem". Deve ter muitos amigos!

Beijos do teu amigo,

DB.

Santa disse...

Querida, reenvia aquele texto. Não sei onde foi parar nas estrepulias internáuticas (rsss). Bjs

Anônimo disse...

Que lindo, Saramar. Agora tá selado e carimbado, publicamente, que vc é mesmo uma pessoa que se faz querida. Uma qualidade nata. Vc é mesmo muito especial.
Beijão!

Toque das ruas disse...

Saramar, estou viva apenas sem banda larga:)) E seus blogs lindos quando consigo acessá-los. Beijoca.

Arauto da Ria disse...

Saramar:
Obrigado pela visita e pelas palavras.
Não pude deixar de ler o seu texto e fiquei a pensar se já não vivemos outra vida e se você não é a minha alma gemea.Tudo tão igual dá que pensar...
Vou ler mais um ou dois livros de BRIAN WEISS,deve saber que este senhor é um Psiquiatra Americano que defende que em nós há mais que uma vida, tanto no passado como no futuro.
Como já deu para perceber, adorei e revi-me noseu texto.
Até sempre..,

Anônimo disse...

Belas etiquetas. Ainda mais para quem sabe escrever tão bem sobre suas próprias definicões.Eu gostei.

O Sibarita disse...

Ok garota! Você venceu, tá um baita texto! PARABÉNS! Vá em frente viu?

Anônimo disse...

- Taí Tonha!O que dá prazer são os livros, viu?
- Ah ela combina comigo, também, ultimamente o que me dá prazer é um bom livro.
- Chega-te para lá Negona e eu?
- Você? (risos)Tá... Não vá procurar tomar seu remediozinho não, fique aí!
- Qual é a sua Negona? Você quer esculhambar com minha imagem?
- Ou falar a verdade doi? Quando foi que eu fiquei guenza com a carne tremendo? Antigamente...
- Tonha releve, afinal, a idade né?
- ou é? risos Se você não dá mais no coro? Quer o que?
- Ai meu Deus! Tô é lenhado com essa Tonha... kkk

Marco disse...

Querida Saramar:
Minha sétima característica poderia ser:
gosto de ler os textos da Saramar.
Obrigado, querida, por ter aceito o meu convite. suas etiquetas são esplêndidas!
Beijo procê.

Anônimo disse...

Nossa adorei essa definicao..as pessoas sao baus que nunca enchem ou secam...

Anônimo disse...

Gostei muito do blog.
E com este post já te conheci mais um pouco!
Um beijo*

Poemas e Cotidiano disse...

Minha querida: Tao dificil nos resumir, nao eh mesmo? Somos tao ecleticos, gostamos de tantas coisas, sentimos tanto, ha tanta coisa dentro de nos!
Adorei saber mais de voce.
Um beijo carinhoso
MARY