Um pássaro, um pêndulo.
Meu coração vive assim,
de ar em mar, da dor à cor
dos seus olhos distantes.
Lembro a árvore e o vento que a toca,
ora gentil, ora curvando-a
em contorções de parto.
Não, não se vá mais, nunca mais,
vento dos meus dias.
Os mesmos deuses que escrevem os seres dentro de mim,
desenham sua chegada em meus sentidos sonâmbulos à sua espera.
Não se vá das minhas mãos.
Antes arranque meus sonhos, meus braços de guardá-lo.
Arranque a árvore, antes de ir-se, vento inconstante.
Mas não, não se vá.
Fique em mim, meu presente maior que o mundo.
Imagem: Yakovina
5 comentários:
Um pássaro é voar. Será que voas?!... será que andas nas nuvens.
Pois e, que a felicidade esteja contigo.
E,
beijinhos
Manuel
Bom dia,
Um dia, tuas palavras dirão: Estava esperando por ti...
Lindo post.
Bjs.
Olá, Saramar!
Já estou navegando no escuro brilhante do pélago desta canceriana... Linda poesia!! Acho que já sou seu fã!!
Agradecido, José
Lindo demais, como tudo que encontro aqui. Parabéns! Bjão
O vento dos nossos dias insiste em soprar e levar pra longe nosso presente de cada dia. Mas às vezes ele os traz de volta em forma de antigas ternuras.
beijo, querida.
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